Brasil, 19 de junho de 2025
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Turista britânico enfrenta guerra e lançares em Jerusalém

Cameron Mumford, em peregrinação na Terra Santa, foge de ataques com sirenes, mísseis e bombardeios enquanto busca oração e refugio

Durante uma peregrinação solo a Jerusalém, Cameron Mumford, de 29 anos, viveu momentos de pavor ao escapar de ataques militares, incluindo mísseis iranianos, no coração da Terra Santa. Sua viagem, que deveria ser um momento de oração, virou uma experiência de fuga e terror, marcada por sirenes, bombardeios e a evacuação do aeroporto de Ben Gurion, em meio à escalada de conflitos na região.

De oração a fuga: a experiência de Cameron Mumford em Jerusalém

O peregrino inglês, originário da diocese de Nottingham, chegou a Jerusalém no dia 6 de junho, buscando um momento mais tranquilo de oração nos locais sagrados, após uma primeira visita em 2017. Ele contou à CNA que passou dias rezando na Basílica do Santo Sepulcro, participando de missas e processões com os frades franciscanos, além de receber um escapulário de Belém e até fazer uma tatuagem da Cruz de Jerusalém.

“Praticar a oração no túmulo de Jesus foi uma experiência surreal. Senti-me abençoado por estar ali”, comentou. Contudo, sua paz foi interrompida na madrugada de 13 de junho, quando sirenes e alertas de emergência o despertaram. Israel havia iniciado uma ofensiva aérea massiva, a Operação Leão Crescente, visando mais de 100 instalações iranianas, enquanto o país se preparava para uma retaliação de Teerã.

Conflito e fuga na cúpula de Jerusalém

Mesmo com o caos, Mumford saiu às ruas para o evento mais esperado de sua peregrinação: uma missa tradicional na Capela do Calvário, dentro do Santo Sepulcro. Ao retornar ao albergue, descobriu que o aeroporto de Ben Gurion tinha sido evacuado. “Meus amigos e familiares na Inglaterra estavam alarmados, e o consulado apenas enviava alertas por e-mail”, relatou.

Na noite seguinte, 13 de junho, a tensão aumentou. Iranianos lançaram uma chuva de mísseis e drones, interceptados pelo sistema de defesa Iron Dome. Mumford testemunhou essas interceptações do telhado do albergue, onde se escondia com outros hóspedes, enquanto ouvia explosões e via o céu em chamas.

Visão do Santo Sepulcro do terraço do albergue durante ataques de mísseis em Jerusalém. Crédito: Cameron Mumford
Visão do Santo Sepulcro do terraço do albergue durante ataques de mísseis, em Jerusalém. Crédito: Cameron Mumford

Ao longo do dia seguinte, a cidade permaneceu em estado de alerta, com ruas desertas e lojas fechadas. Mumford tentou encontrar medicamentos que tinha em Jerusalém, mas encontrou tudo fechado e uma cidade silenciosa enquanto as sirenes ecoavam novamente na noite, mais próximas e intensas.

Planos de fuga: cruzando a fronteira e saindo do conflito

No domingo, Mumford foi procurado por uma monja ortodoxa, a Madre Epifânia, que sugeriu a fuga. Juntos, caminharam pelas portas do Santo Sepulcro, passaram pela Porta de Damas na Cidade Muçulmana e pegaram um táxi rumo à fronteira de Jericó, na Jordânia. No caminho, pagaram uma espécie de propina para garantir seu transporte, quase sendo os últimos a entrarem na Jordânia antes do fechamento da fronteira.

Enquanto aguardavam para cruzar, foram surpreendidos por um alerta de ataque iminente. “Começamos a rezar o rosário e pedimos perdão por nossos pecados”, contou Mumford. Com sirenes zumbindo e soldados ordenando que se deitassem no chão, ele refletiu sobre a própria vida, pedindo proteção para a família e entregando-se à oração.

Ponte de entrada na fronteira de Allenby, entre Israel e Jordânia. Crédito: Cameron Mumford
Fronteira de Allenby, entre Israel e Jordânia. Crédito: Cameron Mumford

Passada a ameaça, cruzaram para a Jordânia e conseguiram voar a Tempo para o aeroporto de Amã — Mumford rumou a Düsseldorf, na Alemanha, enquanto a Madre Epifânia foi para Istambul. Ao desembarcar na Inglaterra, no dia 17 de junho, Mumford dormiu por mais de 13 horas, após dias de tensão e fuga marcada por orações e a ajuda divina.

Pós-trauma e reflexão: uma peregrinação de sobrevivência

De volta à Grã-Bretanha, ele ainda lida com o impacto da experiência, preocupado com os amigos que ainda tentam escapar de Jerusalém. “Está ficando muito perigoso, até para Jerusalém”, afirmou. Apesar do susto, a fé e a oração foram essenciais para sua sobrevivência. “Fui à missa na Colina do Calvário na manhã em que tudo começou, e consegui sair justamente naquele momento. Deus realmente nos ajuda”, concluiu.

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