A disputa legal entre o ex-presidente Donald Trump e a Paramount Global referente a um suposto erro da CBS News está em um momento delicado. Um possível acordo no valor de US$ 35 milhões foi adiado, à medida que a direção da Paramount continua temerosa de possíveis repercussões legais. Este entrave pode atrasar um negócio maior, envolvendo a venda da Paramount para a Skydance, um estúdio independente.
Negociações em andamento
Segundo informações obtidas, tanto Trump quanto a Paramount estão envolvidos em negociações ativas de um acordo, que já se estende há seis meses. Recentemente, as duas partes discutiram a proposta de um acordo de US$ 35 milhões, que representaria uma redução de 30% em relação ao valor original de US$ 50 milhões que a equipe jurídica de Trump tentava conseguir para encerrar a ação judicativa em um tribunal federal do Texas. Contudo, a insegurança da Paramount em fazer um pagamento substancial agrava a situação.
A posição da Paramount
A hesitação da Paramount em concluir um acordo pode estar ligada à aprovação de um negócio de vendas que poderia gerar até US$ 2 bilhões para a controladora da Paramount, Shari Redstone. Há preocupações de que um grande pagamento possa ser interpretado como um suborno, especialmente considerando que o futuro da fusão com a Skydance está em jogo. Apesar de representantes de Trump e autoridades do FCC (Comissão Federal de Comunicações) negarem qualquer vínculo entre os dois assuntos, executivos da Paramount estão cautelosos.
Um porta-voz da Paramount se recusou a comentar, enquanto os representantes de Trump também não responderam a pedidos de entrevista. Fontes próximas à equipe jurídica de Trump afirmam que não estão dispostos a aceitar o valor de US$ 35 milhões proposto pela Paramount e que o caso pode permanecer na justiça por muito mais tempo.
Contexto e impactos da negociação
A ação judicial alega que o programa “60 Minutes” da CBS manipulou uma entrevista com Kamala Harris, a indicada democrata à presidência, antes das eleições de 2024. As tensões aumentaram quando Brendan Carr, presidente do FCC indicado por Trump, iniciou uma investigação sobre supostas edições tendenciosas, levantando dúvidas sobre a aprovação da fusão prevista.
O impasse não apenas impacta o acordo entre Trump e a Paramount, mas também pode afetar a venda da Paramount para a Skydance, que é liderada pelo filho do amigo de Trump, David Ellison. A venda está envolvida em um processo de reestruturação que busca reverter o declínio das finanças da Paramount, uma das empresas de mídia mais tradicionais dos EUA.
Perspectivas futuras e temores de golpes legais
Se o acordo não for firmado até outubro, o juiz que preside o caso poderia permitir a descoberta de provas, resultando em uma escalada legal significativa que a Paramount e Redstone parecem ansiosas para evitar. Redstone já admitiu a possibilidade de pagar até US$ 50 milhões para resolver o caso e preservar um legado financeiro que foi severamente prejudicado pela queda do valor da Paramount nos últimos anos.
Até o momento, a proposta mais baixa da Paramount foi de US$ 15 milhões, igual ao valor que a ABC News pagou para encerrar um processo de difamação movido por Trump. Com essa situação, os dois lados estão tentando avaliar diferentes formas de fechamento, mas a incerteza persiste enquanto as negociações continuam sub judice.
Em resumo, a situação é complexa e a resolução do caso não parece estar próxima. A Paramount e Trump têm muito a perder, e o desenrolar das negociações pode ter consequências significativas não apenas para eles, mas também para o cenário midiático e político dos Estados Unidos.