Neste final de semana, ativistas participaram de protestos contra a administração Trump em Los Angeles, adotando medidas extremas de segurança digital para evitar rastreamento e possíveis represálias. Muitos optaram por não levar seus telefones ou utilizá-los de forma limitada, devido aos riscos de monitoramento por autoridades.
Por que considerar não levar o celular a protestos
Segundo especialistas, o telefone pode revelar informações sensíveis, como localização em tempo real, contatos e atividades nas redes sociais. Mesmo em modo avião, há riscos de rastreamento por conexão com torres de celular, além de possíveis ações de confiscamento e uso de dispositivos forenses por policiais.
“A única forma garantida de não ser monitorado é não levando o telefone,” explicou Alejandro Ruizesparza, diretor do Lucy Parsons Labs, em Chicago. “Se precisar usá-lo, a melhor estratégia é desligá-lo completamente antes de sair de casa.”
Medidas de proteção ao usar o telefone
Para quem optar por levar o aparelho, recomenda-se desativar biometria, como reconhecimento facial e impressão digital, pois esses métodos podem ser forçados por policiais para desbloquear o dispositivo, comprometendo a privacidade e o direito de não se incriminar.
“Utilizar uma senha forte, preferencialmente numérica ou alfanumérica, oferece maior proteção legal e prática,” destacou Anu Joshi, advogada da American Civil Liberties Union. “Desabilitar biometria e ativar o modo de bloqueio, como o Lockdown no Android, são passos essenciais.”
Alternativas para minimizar riscos
Deixar o celular em um carro ou mantê-lo desligado durante toda a manifestação é uma estratégia eficiente para dificultar o rastreamento do local ou da movimentação.
Além disso, o uso de bolsas Faraday, que bloqueiam sinais de rádio, pode ajudar a evitar a localização precisa, embora possam comprometer a capacidade de negar participação na manifestação, caso a polícia questione sua presença.
Preparando-se para o protesto
Especialistas ressaltam que uma preparação antecipada é fundamental. Isso inclui criar um plano de ação, informar amigos ou advogados sobre seu local e usar apps com recursos de anonimização, como o Signal, que permite borrar faces de fotos e remover metadados.
“Organizar-se antes do protesto, com estratégias de segurança digital e planos de comunicação, ajuda a garantir a proteção, além de fortalecer a solidariedade,” afirmou Ruizesparza. “Práticas prudentes não só mantêm o indivíduo seguro, mas toda a rede de apoio.”
Reflexões finais
Antes de decidir levar o telefone, pergunte-se: “Estou com alguém que sabe o que fazer se algo acontecer?” E esteja disposto a adotar medidas de segurança, como desligar o aparelho ou usar dispositivos de bloqueio, para evitar riscos desnecessários.
Sabatine, que utilizou um telefone descartável e entregou seus planos a amigos e familiares, reforça a importância de estratégias de segurança. “A presença militar mais forte na Los Angeles me fez pensar além, e acho que esse cuidado extra é uma forma de resistência,” concluiu.