No coração do Irã, subterrâneo às montanhas Zagros, centrifugadoras operam em alta velocidade na instalação de Natanz, centro do esforço nuclear iraniano. Recentemente, aviões israelenses realizaram ataques coordenados a esses e outros locais, destruindo instalações que estavam quase intocáveis.
Impactos dos ataques israelenses no programa nuclear do Irã
As operações de satélite e avaliações iniciais indicam que os bombardeios de junho foram eficazes, especialmente na instalação subterrânea de Natanz, que perdeu energia devido aos ataques. No entanto, o Irã mantêm conhecimento científico e material suficiente para acelerar seu programa nuclear.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Teerã acumula cerca de 120 kg de urânio enriquecido a 60%, próximo do limite para armas nucleares, e começou a ampliar sua capacidade com uma terceira caldeira de enriquecimento. \”Se o Irã continuar nesse ritmo, pode fabricar uma arma em poucos meses\”, adverte o especialista Alex Vatanka.
Possibilidade de aquisição de armas nucleares
Localizações e capacidades escondidas
Ambientes subterrâneos como a instalação de Fordo, próxima a Qom, são altamente protegidos e só podem ser atingidos por armas de grande potência, como a bomba GBU-57 de 30 mil libras, o que limita as opções militares. A ameaça reforça o colapso das tentativas diplomáticas de conter o programa iraniano.
Segundo analistas, o Irã pode optar por acelerar seu desenvolvimento nuclear, buscando uma arma para garantir sua dissuasão, caso perceba que as ações militares não impedem sua progressão.
Consequências diplomáticas e geopolíticas
Especialistas afirmam que a janela para negociações abriu uma crise definitiva: “Tentar um entendimento agora é mais difícil do que nunca”, afirma Richard Nephew, ex-analista de sanções na administração Obama. Outros, como Matt Kroenig, apontam que o cenário de uma potência nuclear iraniana parece inevitável.
O futuro do programa nuclear iraniano permanece incerto, com o aumento do risco de uma corrida armamentista na região e o fortalecimento da sensação de vulnerabilidade entre suas rivais, Israel e Estados Unidos.