O mercado global de luxo deve desacelerar em 2025, enfrentando sua pior turbulência em 15 anos devido ao atual contexto geopolítico e à incerteza econômica, conforme estudo da Bain & Company divulgado nesta quinta-feira. Apesar do cenário adverso a curto prazo, a perspectiva de longo prazo permanece otimista, com previsão de crescimento nos próximos anos.
Pressões atuais e impacto na confiança do consumidor de luxo
Segundo o estudo, as vendas de luxo, que são sensíveis às incertezas do mercado, estão sob crescente pressão. A confiança dos consumidores de alta renda foi afetada por turbulências econômicas, tensões geopolíticas, flutuações cambiais e volatilidade do mercado financeiro. “Estamos em um período bastante incomum em termos de turbulência e volatilidade, seja econômica ou política”, afirmou Joëlle de Montgolfier, diretora da área de luxo da Bain & Company, à AFP. “Apesar disso, continua havendo um apetite global por luxo; não estamos em um mercado em colapso.”
Mercados-chave e cenário de demanda em declínio
China e Estados Unidos, os principais mercados do setor, enfrentam queda na demanda. Nos EUA, a instabilidade é atribuída às tarifas alfandegárias, enquanto na China a expectativa de espera da classe média por melhores condições econômicas reduz a procura. A previsão indica que a desaceleração pode levar a uma queda de 2% a 5% nas vendas de bens de luxo pessoais neste ano, incluindo moda, joias e relógios, que representam cerca de 25% do mercado total.
Normalização de mercado e diferentes cenários para 2025
Após o crescimento de € 1,478 bilhão ocorrido em 2024, o estudo indica uma desaceleração para 2025. Além da projeção base, há cenários alternativos: um otimista, com variação entre -2% e +2%, e um pessimista, com queda de 5% a 9%, dependendo do desenvolvimento do cenário econômico global. “O início de 2025 foi negativo, após uma expectativa relativamente positiva para o final de 2024”, explicou Joëlle de Montgolfier.
Incertezas sobre o valor agregado do setor de luxo
O estudo revela dúvidas sobre a atratividade do luxo e sua capacidade de convencer clientes de que os preços praticados são justos, especialmente diante das mudanças frequentes na direção artística de grandes marcas, como Chanel, Dior e Gucci. “A indústria precisa reinventar-se constantemente, mas ainda não sabemos qual será o impacto dessas mudanças”, afirmou a especialista.
Perspectivas futuras e crescimento de novos consumidores
Apesar do cenário desafiador, a Bain & Company acredita em uma retomada do crescimento no médio prazo. Nos próximos cinco anos, mais de 300 milhões de novos consumidores ingressarão no mercado de luxo, sendo metade deles da Geração Z e Alfa. Além disso, o aumento da renda global e a transferência de riqueza entre gerações devem impulsionar uma expansão na base potencial de clientes.
De acordo com o estudo, o setor pode se beneficiar do aumento da riqueza e do crescimento do número de consumidores jovens interessados em produtos de alta qualidade, fortalecendo a posição do mercado de luxo a longo prazo.
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