Uma nova pesquisa aponta que proibir ou taxar sacolas plásticas de uso único tem eficácia significativa na redução do lixo nas praias e ambientes costeiros. Os resultados revelam que, em áreas com restrições, a quantidade de resíduos de plástico nas praias caiu até 50%.
O impacto das restrições às sacolas plásticas na limpeza das praias
O estudo, publicado na revista Science, analisou dados de 45.067 limpezas de praias feitas entre 2016 e 2017 e comparou regiões com e sem políticas de restrição às sacolas plásticas. Nessas áreas reguladas, houve uma redução de entre 25% a 47% na quantidade de sacolas encontradas, além de uma diminuição de 30% a 37% em relatos de animais selvagens presos em resíduos.
De acordo com Kimberly Oremus, professora da Universidade de Delaware e coautora do estudo, “ficou claro que as políticas de restrição às sacolas plásticas são eficazes na diminuição do lixo na praia. Embora não resolvam completamente o problema, ajudam a mitigá-lo”.
Tipos de restrições e sua eficiência
As medidas avaliadas no estudo incluíram proibições total ou parcial de sacolas plásticas e taxas cobradas no momento da compra. Entre essas, as taxas mostraram-se mais eficazes do que as proibições total ou parcial, embora os autores não tenham uma explicação definitiva. Uma hipótese levantada é que as tarifas incentivam os comerciantes a adotarem práticas mais sustentáveis e possuem maior adesão por parte do público.
Vantagens de políticas uniformes
O estudo também revelou que as restrições mais amplas, como as estaduais, geram um efeito positivo maior na redução do lixo, minimizando o impacto do chamado “spillover” – ou seja, resíduos que acabam vindo de regiões sem restrições próximas.
Segundo Oremus, “medidas mais consistentes em uma área maior são mais eficazes, garantindo que o impacto positivo seja ampliado na região”.
Perspectivas para o futuro da regulamentação
O pesquisador Anna Papp, líder do estudo, acredita que a continuidade e expansão dessas políticas podem fortalecer ainda mais os resultados. A implementação de leis iguais em estados ou países pode ser uma estratégia para combater de forma mais eficiente a poluição por plásticos.