Brasil, 19 de junho de 2025
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Investigação aponta propina em contratos da Abin durante governo Bolsonaro

A Polícia Federal revelou que um assessor da Abin recebia R$ 5 mil mensais da empresa que tinha contratos com o órgão.

A Polícia Federal (PF) está investigando uma série de irregularidades relacionadas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. O foco da investigação é o policial federal Felipe Arlotta Freitas, que ocupava o cargo de assessor direto do ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem. De acordo com o relatório da PF, Arlotta era beneficiado com pagamentos mensais de R$ 5 mil de uma empresa de tecnologia em segurança que mantinha contratos milionários com a agência.

Detalhes da investigação

Os indícios levantados pela PF apontam que os pagamentos a Arlotta eram realizados sob a forma de patrocínio a um canal no YouTube, no qual ele era considerado “sócio oculto”. As investigações revelaram que os repasses eram feitos por uma empresa cujo controle era exercido pela mãe do policial, que atuava como “sócia administradora”.

Contratos milionários

A empresa em questão possuía contratos que totalizavam R$ 9,6 milhões com a Abin. A PF classificou os pagamentos mensais como “vantagem econômica indevida”, destacando que esses valores eram oferecidos e recebidos por Arlotta em virtude de sua posição na agência. Em seus achados, a PF destacou que a escolha de patrocinar um canal do YouTube com um alcance relativamente modesto estava relacionada à proximidade de Arlotta com a alta cúpula da Abin à época das contratações. O relatório aponta que canais de maior relevância no mesmo nicho não receberam propostas semelhantes.

Consequências legais

Como resultado da investigação, Felipe Arlotta foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato, prevaricação e organização criminosa. Segundo a PF, Arlotta fazia parte do grupo de policiais federais de confiança de Ramagem, ocupando uma posição que lhe permitia cumprir missões específicas solicitadas pelo ex-diretor-geral da Abin, tais como o monitoramento de alvos políticos de interesse do governo Bolsonaro.

Observações da PF

No relatório, a PF enfatizou que os pagamentos mensais realizados através da empresa administrada pela mãe de Arlotta exemplificam a obtenção de vantagens ilícitas por integrantes ou associados de uma organização criminosa que se infiltrou na estrutura da Abin. Tais evidências sugerem que a corrupção estava se tornando uma prática rotineira dentro da agência durante o governo Bolsonaro.

Defesa de Alexandre Ramagem

Alexandre Ramagem, que também foi indiciado na investigação, se manifestou nas redes sociais, descrevendo as conclusões da PF como “narrativas”. Ele alegou que a antiga gestão da Abin estabeleceu mecanismos de controle e apuração para garantir a correta utilização dos recursos e que a investigação seria fruto de uma rixa política interna. Ramagem defendeu que a PF estava desestruturando a inteligência de Estado com suas ações e afirmou que sua administração sempre primou pela transparência.

O desenrolar dessa investigação pode ter repercussões significativas para o futuro político de envolvidos, além de levantar questionamentos sobre a ética e a corrupção nas esferas governamentais. O caso da “Abin paralela”, como foi chamado, continua a ser uma sombra sobre o legado do governo Bolsonaro e a eficácia dos órgãos de controle no Brasil.

Com as provas apresentadas, o cenário se torna cada vez mais preocupante, não apenas para os indivíduos envolvidos, mas também para a confiança pública nas instituições que deveriam garantir a segurança e a integridade do Estado.

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