Nesta quarta-feira (18), a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Erick Couto Cordeiro, de 33 anos, por receptação e crime ambiental, no âmbito da operação “Caminhos do Cobre”. A ação policial investiga um esquema criminoso que tem impactado profundamente a segurança pública e a infraestrutura da cidade, relacionado ao furto de cabos de cobre e materiais recicláveis.
Investigação e operação policial
A operação “Caminhos do Cobre” foi desencadeada para apurar o envolvimento de uma rede criminosa que utiliza empresas de reciclagem para dar aparência legal aos materiais furtados, especialmente cabos de cobre de concessionárias de serviços públicos essenciais. A polícia cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em diversos locais, incluindo recicladoras de cobre na cidade do Rio, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos.
Erick, que é dono de um ferro-velho em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, movimentou cerca de R$ 33,6 milhões entre 2020 e 2024, segundo relatórios da inteligência financeira. O valor é surpreendente, sendo que Erick não apresentou comprovações de sua capacidade financeira para justificar tais movimentações. De acordo com as investigações, ele teria sido o proprietário de um caminhão que participou de pelo menos cinco furtos de cabos na cidade, levantando a suspeita de sua participação em um esquema de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Movimentação financeira suspeita
Relatórios de inteligência financeira indicam que, apenas em um período de seis meses, entre setembro de 2020 e março de 2021, R$ 9,1 milhões moveram-se nas contas de Erick. Análises subsequentes indicaram movimentações de R$ 10,7 milhões entre fevereiro e agosto de 2023 e de R$ 13,7 milhões entre agosto de 2023 e julho de 2024. Isto levanta questões sobre a origem do dinheiro e sobre a real atividade econômica de suas empresas.
Durante a operação, também foi constatação que o ferro-velho de Erick não possui registro de CNPJ, o que coloca em dúvida a legalidade de suas operações comerciais.
Detalhamento dos furtos
O caminhão utilizado em cinco registros de furto de cabos foi identificado por câmeras de segurança durante um desses furtos em outubro de 2024 na Barra da Tijuca. Imagens mostram ao menos três homens participando da ação criminosa. O veículo chegou a ser apreendido, mas Erick se apresentou na delegacia assumindo a propriedade e ficou como depositário do caminhão. Após denúncias, o veículo foi novamente encontrado em um local de furtos recentes e, desta vez, apreendido pela polícia.
A defesa de Erick ainda não se pronunciou após sua prisão, e ele já tem registros criminais anteriores relacionados ao furto de cabos de cobre. O caso destaca a preocupação com a segurança pública e com o impacto que esses furtos causam na infraestrutura e nos serviços essenciais da cidade.
Consequências da operação
O caso ganha relevância não apenas por suas implicações legais para Erick e seus sócios, mas também pela necessidade de combate a esse tipo de crime, que tem crescido no país. A atuação da Polícia Civil busca desmantelar essa rede criminosa que se infiltra em setores legais, colocando em risco a segurança dos cidadãos e a integridade das redes de serviços públicos.
A sociedade espera que os desdobramentos da operação resultem em ações efetivas para coibir esses crimes e que não sejam apenas medidas pontuais, mas sim um movimento contínuo pela segurança e pela legalidade nas operações comerciais.