Brasil, 20 de junho de 2025
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Arcebispo de Los Angeles pede abordagem individual em políticas de imigração

Arcebispo Gómez critica deportações em massa e defende análise caso a caso para imigrantes ilegais nos EUA

O arcebispo de Los Angeles, José Gómez, afirmou que o governo americano deve adotar uma abordagem mais humanitária e criteriosa na gestão dos imigrantes ilegais, ao invés de realizar deportações em massa e operações de prisão públicas. Segundo Gómez, a política atual causa medo e insegurança nas comunidades. A opinião foi publicada em artigo na Angelus News, em meio a protestos contra as ações de imigração na cidade.

Críticas às ações de deportação em massa

Gómez, que é naturalizado americano e emigrante mexicano, afirmou estar “profundamente perturbado” com relatos de detenções sem mandados ou provas, que têm gerado pânico em paróquias e bairros. “As pessoas evitam sair de casa, parques e lojas estão vazios, muitas famílias se trancam por medo”, afirmou o arcebispo.

Ele reconheceu que a administração anterior, sob Donald Trump, foi “excessiva na segurança das fronteiras” e permitiu entradas sem a devida avaliação. Contudo, criticou a postura atual, que segundo ele, se limita a deportar dezenas de milhares de pessoas diariamente, sem considerar as circunstâncias específicas de cada caso.

Propostas de reforma migratória

Gómez destacou que a política deveria distinguir entre criminosos violentos e pessoas que vivem irregularmente há anos, muitas das quais são contribuidores para a sociedade. “Deportar terroristas e criminosos violentos é adequado, mas há muitos imigrantes que fazem contribuições importantes em setores como agricultura, saúde e construção.”

Ele reforçou a necessidade de reformar o sistema de imigração legal para facilitar a entrada de profissionais qualificados e manter a união familiar. Além disso, pediu que o país preserve seus compromissos morais de oferecer asilo e proteção às populações vulneráveis.

Imigrantes no coração da comunidade

Segundo Gómez, a maioria dos imigrantes ilegais são “bons vizinhos, trabalhadores diligentes, pessoas de fé” que desempenham papel fundamental na economia americana. “Eles contribuem para diversos setores e são pais, avós e membros ativos em nossas comunidades e igrejas”, afirmou.

O arcebispo, que tem criticado as deportações em massa desde o começo do mandato de Trump, publicou o artigo após protestos na cidade. A mobilização começou após agentes do ICE (Serviços de Imigração e Alfândega dos EUA) prenderem mais de 40 imigrantes clandestinos em Los Angeles em 6 de junho.

Respostas divergentes sobre as ações de imigração

Andrew Arthur, ex-juiz de imigração e especialista no Centro de Estudos de Imigração (CIS), contestou as críticas de Gómez. Em entrevista, afirmou que as operações na cidade tiveram foco em “empresas que exploram trabalhadores” e indivíduos com antecedentes criminais, e que os números de detenções representam uma pequena fração da população de imigrantes ilegais na região.

“Muitos relatos são exagerados ou infundados”, afirmou Arthur, que também é católico. Ele sustentou que as ações do ICE não envolvem “varreduras massivas” e que o número de deportações sob Trump ultrapassa 100 mil, sendo uma medida legítima de segurança nacional.

Perspectivas e debates atuais

A discussão sobre imigração nos EUA permanece acalorada, com opiniões divididas entre repreensões humanitárias e argumentos de segurança. Gómez defende uma análise individualizada e uma política que equilibre segurança com compaixão, enquanto críticos apontam para a necessidade de controle rigoroso na fronteira.

O governo federal ainda não anunciou mudanças nas diretrizes de imigração, mas o debate sobre uma reforma abrangente continua no centro das políticas públicas do país.

Fonte: Angelus News

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