No dia 18 de junho, durante a Audiência Geral, o bispo de Kharkiv, Dom Pavlo Honcharuk, fez uma visita ao Papa Leão XIV, levando uma mensagem de esperança e sofrimento de seu país devastado pela guerra. O encontro destacou a realidade avassaladora que os ucranianos enfrentam diariamente, marcada por bombardeios incessantes e o temor constante dos civis.
A bênção do Papa em meio ao conflito
Após sua participação na Audiência, Dom Honcharuk teve a oportunidade de se encontrar pessoalmente com o Papa. “Senti uma profunda paz e tranquilidade”, comentou o bispo ao relatar seu breve encontro. Ele pediu a bênção de Leão XIV não apenas para si, mas também para os padres, freiras e para todo o povo ucraniano. O Papa respondeu: “Eu vos abençoo”, uma frase que, segundo o bispo, deixou uma impressão positiva e duradoura em seu coração.
A realidade sombria dos civis
A paz vivida na Praça de São Pedro contrasta brutalmente com a realidade de Kharkiv, onde os bombardeios estão cada vez mais frequentes e intensos. O bispo destacou que o exército russo tem atacado aleatoriamente as casas dos civis, que muitas vezes não têm tempo de se proteger. “As bombas guiadas criam crateras enormes, e se a bomba atingir uma casa, não sobra nada”, alertou Dom Honcharuk.
Destruição em massa e o sofrimento humano
As consequências da guerra têm sido devastadoras: parques infantis, empresas e fazendas têm sido alvos frequentes. “A destruição total está se instalando, e aldeias inteiras foram obliteradas. Nossa cidade de Kharkiv também sofreu severamente; o número de desabrigados cresce a cada dia”, lamentou o bispo.
O crescimento da dor e do desespero
O bispo também abordou a triste realidade dos cemitérios, que crescem a cada nova vítima da guerra. “Estamos em uma situação em que a vida e a morte caminham lado a lado. Cada explosão pode levar a vida de alguém, enquanto as crianças brincam nas ruas adjacentes”, descreveu. A dor e o sofrimento parecem não ter fim, segundo Dom Honcharuk.
Compromisso da Igreja e apoio à comunidade
Desde o início da invasão, Dom Honcharuk tem permanecido ao lado do povo ucraniano. Os padres de sua diocese também continuam o trabalho pastoral, mesmo com a diminuição do número de paróquias. “Muitas foram destruídas, mas os padres permanecem para apoiar as pessoas, celebrar missas e oferecer conforto”, disse ele.
A humanidade ferida dos soldados
Os militares ucranianos que defendem sua pátria também enfrentam um grande peso emocional. O bispo destacou que muitos deles buscam apoio espiritual, carregando marcas emocionais profundas. “Quando um homem é forçado a tirar a vida de outro ser humano, ele carrega uma ferida em sua alma”, afirmou.
Necessidade de ajuda humanitária
A situação humanitária na Ucrânia continua crítica, e a necessidade de recursos é urgente. “A ajuda é sempre bem-vinda, no entanto, é muito arriscado mantê-la em armazéns, pois os ataques são constantes”, disse Dom Honcharuk sobre os perigos enfrentados na busca por sustentar os necessitados.
Reconhecendo o sacrifício dos voluntários
A Igreja desempenha um papel crucial em meio a esta crise, reunindo não apenas padres e freiras, mas uma rede de voluntários dispostos a agir. “A Igreja é formada por todos os batizados. Em tempos de guerra, a Igreja está presente na linha de frente ajudando os que mais precisam”, concluiu o bispo.
O preço da vida e a luta pela liberdade
A espiritualidade e a força do povo ucraniano são evidentes nas palavras do bispo, que reconhece o sacrifício feito pelos que lutam por liberdade. “É preciso entender que estamos todos juntos nessa luta. Devemos apoiar nossos soldados, orar por eles e pelas famílias que perderam seus entes queridos. O amor de Deus se reflete na resiliência e na coragem de cada um deles”, afirmou Dom Pavlo Honcharuk.
Enquanto a guerra continua, a necessidade de solidariedade, apoio e oração nunca foi tão crucial. A mensagem de Dom Pavlo Honcharuk é um apelo à humanidade, refletindo não apenas a dor, mas também a esperança que resiste. Cada bênção, cada gesto de compaixão pode ser um pequeno passo em direção a um futuro pacífico e restaurador para a Ucrânia.