No sábado, a administração Trump realizou um desfile militar para celebrar os 250 anos do Exército dos Estados Unidos, evento que coincidiu com o 79º aniversário de Donald Trump. Com mais de 6.600 tropas, 150 veículos militares e dezenas de aeronaves, o evento gerou forte repercussão tanto por sua ostentação quanto pelos custos estimados entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões. Diante do debate acalorado, diversos ex-militares e veteranos dos EUA também se manifestaram, expressando opiniões variadas e muitas vezes críticas ao desfile e à condução da política militar pelo ex-presidente.
Opinões contundentes sobre o desfile militar de Trump
De veteranos de longa data a atuais membros do serviço, as críticas giraram em torno do uso do evento para autopromoção e do dinheiro gasto, considerado desnecessário por muitos. “Trump é a maior ameaça que esta nação enfrentou na história”, afirmou um ex-soldado do Exército, destacando o tom de polarização política. Um veterano da Marinha, que serviu entre 2007 e 2016, declarou: “É vergonhoso que Trump tenha usado o militar para elevar seu ego; ele nunca ajudou ninguém na vida e gastou milhões numa paradeira ridícula.”
Desrespeito às instituições e à história militar
Muitos ex-militares criticaram a ideia de que o desfile foi uma homenagem verdadeira, considerando-o uma exibição de vaidade. “Este foi um espetáculo de vaidade para Trump, não uma celebração genuína do Exército”, afirmou um ex-NCO com mais de 20 anos de serviço. Outro veterano, da Força Aérea, lembrou que seus deveres eram para proteger a Constituição, não para participar de eventos políticos. “Nossos juramentos não são para o presidente, e temos o dever de recusar ordens contrárias à Constituição.”
Descontentamento com o uso político e gastos excessivos
Vários relatos destacaram o contraste entre os custos do desfile e as necessidades reais do exército e dos veteranos. “Esse dinheiro poderia ser usado para melhorar as instalações dos quartéis ou ampliar benefícios para veteranos, em vez de ostentação vazia”, comentou uma veterana da Força Naval. “O desfile foi uma provocação às milhares de famílias de veteranos em situação precária e sem casa”, acrescentou outro ex-militar.
Percepção de desprezo e desrespeito
Muitos veteranos expressaram que a homenagem foi uma afronta, especialmente pelos comentários de Trump sobre quem caiu em combate ou serviu em guerra. “Chamou nossos irmãos de guerra de ‘perdedores’ e ‘losers’. Não há respeito nenhum por quem deu a vida pelo país”, disse um veterano do Vietnã. Ainda assim, alguns veteranos defenderam a importância de valorizar o serviço militar, independentemente de polarizações políticas, destacando que momentos de reconhecimento não deveriam estar atrelados a figuras controversas.
Preocupações com a influência e o futuro do militarismo
Entre os relatos, predominou a preocupação com o uso do Exército como palanque político, além da crítica às administrações que priorizam interesses pessoais ao invés do bem-estar dos militares. “O que vimos foi uma exibição de egocentrismo, que enfraquece a imagem do país”, resumiu um veterano com décadas de experiência. Outros destacaram que eventos como o desfile mostram como a cultura de militarismo pode ser manipulada por lideranças autoritárias.
Perspectivas de reforço ao respeito institucional
Apesar das críticas, alguns veteranos ressaltaram que o valor de momentos históricos como o aniversário do Exército vai além das figuras políticas momentâneas. “Precisamos lembrar do compromisso e do sacrifício de quem veste a farda, independentemente de quem esteja no poder”, afirmou um ex-militar aposentado. Ainda assim, muitos concordam que o uso político da força militar precisa ser condenado e que recursos públicos devem ser direcionados para ações de apoio aos veteranos e às forças armadas.
O debate sobre o desfile de Trump revela o quanto a relação entre militares, política e sociedade permanece polarizada, especialmente diante de eventos que misturam celebração patrimonial com protagonismo personalista. A opinião dos veteranos, que representam uma vasta parcela de quem serviu e serve aos EUA, reforça a necessidade de respeito às instituições militares e à história dos que defenderam a nação com sacrifício e dedicação.