Em uma coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira (18), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou novidades sobre o programa Smart Sampa, que conta atualmente com mais de 31 mil câmeras de segurança espalhadas pela capital. A medida inclui a instalação de câmeras em motocicletas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM), uma estratégia que visa aumentar a eficácia da vigilância e o combate ao crime na cidade.
Expansão do programa Smart Sampa
O programa Smart Sampa já possui 31.323 câmeras na cidade, das quais 4 mil têm a tecnologia de leitura automática de placas de veículos com registros de roubo ou furto. Com a nova adição de câmeras acopladas às motocicletas da GCM e da PM, o objetivo é intensificar a segurança e otimizar as ações policiais. “O policial andando pela cidade vai fazer a leitura da placa de uma moto ou carro roubado ou furtado, já vai ter o alerta e vai poder fazer a abordagem na hora”, explicou Ricardo Nunes durante a coletiva.
Essa atualização no sistema permitirá uma resposta mais rápida às ocorrências, já que a identificação de veículos suspeitos poderá ser feita em tempo real. A expectativa é que essa inovação fortaleça a sensação de segurança entre os moradores da capital.
Casos de destaque e a importância das câmeras de segurança
Durante a coletiva, Nunes mencionou que uma das câmeras do Smart Sampa foi crucial na identificação da moto utilizada pelos criminosos que assassinaram o ciclista Vitor Medrado em fevereiro deste ano. O crime ocorreu na frente do Parque do Povo, um local frequentado por muitas pessoas na zona oeste da cidade, destacando a relevância da tecnologia de monitoramento nas investigações policiais.
O caso evidenciou a importância das câmeras de segurança na coleta de provas e na identificação de suspeitos, mostrando que a expansão do projeto pode vir a beneficiar a segurança pública de forma significativa.
Controvérsias sobre a preservação das imagens
Alternando entre avanços e desafios, o prefeito também abordou as questões envolvendo a preservação de imagens das câmeras de segurança na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Dados os acontecimentos e a decisão da Justiça para que as imagens capturadas entre 1º e 14 de maio fossem preservadas, o prefeito Nunes declarou que as gravações não estavam mais disponíveis devido à política de exclusão automática das imagens após 30 dias.
Esse esvaziamento da área foi alvo de investigações pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público, que alegam que as gravações poderiam esclarecer possíveis irregularidades nas ações dos agentes da GCM durante esse período. O prefeito justificou a falta de disponibilização das imagens: “Não se tem [imagem] dos últimos 30 dias, porque o prazo [pedido] chegou no dia 13. Preservamos o dia 14 inteiro do mês anterior.”
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem gerado um debate contínuo sobre a retenção de imagens e dados pessoais, levando à necessidade de um equilíbrio entre a segurança pública e a privacidade dos cidadãos.
Próximos passos e expectativas
Com a instalação das câmeras nas motocicletas da Guarda Civil e da Polícia Militar, a gestão municipal espera um aumento na eficiência das ações em campo, além de um retorno positivo da população em relação à segurança pública. A expectativa é que os detalhes dessa nova fase do programa Smart Sampa sejam divulgados nas próximas semanas, dando clareza ao público sobre as mudanças e inovações que visam garantir um ambiente mais seguro para todos os paulistanos.
A segurança é uma questão fundamental para o bem-estar das cidades, e os projetos como o Smart Sampa representam um esforço significativo no combate ao crime e na promoção da segurança pública em São Paulo. A implementação de tecnologias modernas é um passo na direção certa, mas a administração também precisa lidar com os desafios legais e de ética que surgem neste contexto.