Na manhã desta quarta-feira (18), o Parque Nacional do Itatiaia, localizado na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, alcançou a temperatura mais baixa do Brasil, marcando impressionantes -8,8°C. O registro foi feito por uma estação meteorológica na região do Campo Belo, que, conhecida por ser uma das áreas mais frias do parque, também é lar da nascente do rio com o mesmo nome.
Frio intenso e geadas no Parque Nacional
Este é o segundo dia consecutivo em que a reserva registra temperaturas negativas. Na terça-feira (17), o PNI havia alcançado -6,8°C. No último sábado (14), o termômetro registrou a surpreendente marca de -9,4°C, que ocupa o primeiro lugar no ranking de temperaturas mínimas anuais, conforme dados da WS Consultoria Climatológica, em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
As fotos enviadas por Demilson Rodrigues, um guia da reserva, ilustram o impacto das baixas temperaturas, com um lago amanhecendo congelado e a vegetação com um aspecto ‘pintado’ de branco devido à geada. Este fenômeno natural é resultado da formação de orvalho durante a madrugada, que, ao entrar em contato com temperaturas abaixo de zero, transforma-se em gelo.
Compreendendo a geada e outros fenômenos
Para entender melhor o que está causando essas temperaturas extremas, o g1 entrou em contato com a meteorologista Maria Clara Sassaki, porta-voz da Tempo OK. Ela explicou que “a mínima é a menor temperatura registrada no dia, e o ar próximo ao solo no Parque Nacional esteve abaixo de zero.” O fenômeno da geada ocorre quando o orvalho se forma e as temperaturas caem, resultando no congelamento do orvalho.
Condições para o frio intenso
A meteorologista detalhou que “para que a temperatura fique baixa o suficiente para a ocorrência da geada, é necessário que haja perda radiativa, advecção de ar frio ou uma combinação de ambos.” Essas condições são vitais para que se formem as geadas que têm atingido a região.
Processo do ‘needle ice’
Outro fenómeno interessante que foi observado no parque é o ‘needle ice’, um tipo de gelo caracterizado por sua aparência similar a fios de cabelo. Esse processo ocorre quando a água líquida do solo ou da vegetação sobe para a superfície. Ao encontrar temperaturas inferiores a zero, a água congela, formando esse gelo característico. Maria Clara comentou: “Pode-se dizer que hoje foi apenas 0,6°C mais quente do que o último sábado.”
A importância da conservação no Parque Nacional
O Parque Nacional do Itatiaia é uma área de proteção ambiental fundamental, que abriga diversas espécies de fauna e flora. Com picos que chegam a mais de 2 mil metros de altitude, a região é reconhecida pela sua importância ecológica. Assim, fenômenos extremos como os registrados nos últimos dias tornam ainda mais essencial a preservação dos recursos naturais e o monitoramento das condições climáticas.
As temperaturas extremas são um lembrete da importância de estarmos atentos às mudanças climáticas e suas consequências. Assim, a observação do clima em locais como o Parque Nacional do Itatiaia não apenas nos proporciona dados interessantes sobre o tempo, mas também nos conscientiza sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente.
As cidades e moradores ao redor também sentem os impactos do frio intenso, com a agricultura local sendo uma das mais afetadas. A geada pode danificar plantações e congelar culturas sensíveis, levando os agricultores a uma vigilância atenta e estratégias de adaptação para proteger suas colheitas.
Portanto, ao observar o clima que surpreende na manhã de quarta-feira, devemos lembrar da magnificência da natureza e da importância de respeitarmos e protegermos esses ecossistemas tão valiosos como o Parque Nacional do Itatiaia.
Para mais detalhes sobre este evento meteorológico, vídeos e notícias completas, acesse o [G1](https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2025/06/18/video-parque-nacional-do-itatiaia-registra-temperatura-mais-baixa-do-brasil-nesta-quarta-feira-com-88oc.ghtml).
