Brasil, 18 de junho de 2025
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Ministro Moraes abre inquérito contra advogado de Bolsonaro

A ação do magistrado gerou reações entre defensores de envolvidos em investigação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um passo significativo no avanço das investigações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo próximo. Moraes ordenou a abertura de um inquérito contra o advogado Eduardo Kuntz e o cliente dele, Marcelo Câmara, alegando obstrução de Justiça. A medida se dá em razão dos contatos realizados por Kuntz com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que se envolveu em polêmicas sobre sua delação premiada.

Reviravoltas na delação de Mauro Cid

Os advogados dos investigados interpretam a ação de Moraes como um sinal claro de que ele pretende manter a validade da colaboração de Cid. A delação, que foi objeto de questionamentos por parte das defesas de Bolsonaro, do general Walter Braga Netto e do próprio Kuntz, está no centro de um debate acirrado. Kuntz já havia apresentado, em uma atual peça processual ao STF, diálogos com Cid, questionando a voluntariedade de sua delação. O advogado argumenta que a abordagem da Polícia Federal e do Supremo em relação ao ex-ajudante não foi adequada.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, utilizou essas trocas de mensagens para solicitar novamente a anulação da colaboração de Cid. Até o momento, a vontade de Moraes de investigar mais a fundo esses contatos permanece firme, pois o pedido de anulação já foi recusado pelo magistrado.

Questões levantadas no depoimento de Mauro Cid

Na última audiência, Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, chamou a atenção para um detalhe crucial durante o depoimento de Mauro Cid: a menção a um perfil de rede social chamado “GabrielaR702”. Segundo Kuntz, esse perfil foi a ponte que Cid utilizou para contatá-lo no início deste ano, levantando mais questões sobre a condução da delação e o cenário em que os diálogos ocorreram.

Kuntz afirmou que decidiu apresentar as mensagens ao STF após um longo período de espera, acreditando que este seria o “momento oportuno” para a defesa de seu cliente, Marcelo Câmara. Na perspectiva de Kuntz, sua estratégia inicial havia colocado a investigação em um beco sem saída, mas foi surpreendido pela decisão de Moraes em abrir o inquérito.

A posição do ministro Moraes

No despacho, Moraes destacou que Câmara, através de seus advogados, tentou obter informações sigilosas relacionadas ao acordo de colaboração de Cid. O ministro classificou a comunicação entre Câmara e Cid como uma possível tentativa de obstruir a investigação, configurando um delito que envolve organização criminosa.

Essa nova fase das investigações levanta preocupações sobre o impacto que esses desdobramentos podem ter no contexto político e jurídico brasileiro. A defesa continua a trabalhar em suas estratégias, enquanto cada movimento no caso atrai os holofotes da mídia e do público.

Reação das partes envolvidas

A abertura do inquérito e as alegações de obstrução de Justiça provocaram reações variadas entre as partes afetadas. A defesa de Bolsonaro critica a decisão de Moraes, alegando que a luta pela verdade está sendo prejudicada por manobras processuais e questionando a natureza das provas apresentadas. Enquanto isso, a atual movimentação do STF pode ser vista como um esforço para garantir a integridade do sistema judicial.

Próximos passos nas investigações

Com as novas diretrizes estabelecidas por Moraes, os próximos passos no inquérito devem ser observados atentamente, uma vez que poderão influenciar não apenas os envolvidos diretamente no caso, mas também o cenário político mais amplo no Brasil. A evolução deste processo judicial não apenas impacta a defesa de Bolsonaro mas levanta sérias questões sobre a dinâmica de poder, a justiça e as relações entre os diferentes órgãos do governo.

Este episódio reitera a complexidade das investigações em torno da operação que abala as estruturas políticas do país, e a sociedade permanece atenta às repercussões que este desenrolar poderá trazer.

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