Brasil, 18 de junho de 2025
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Investigação revela seis núcleos de atuação da Abin em esquema paralelo

Relatório da Polícia Federal aponta divisão de tarefas em espionagens políticas no âmbito da Abin durante o governo Bolsonaro.

No contexto atual da política brasileira, um relatório da Polícia Federal (PF) trouxe à tona detalhes alarmantes sobre uma estrutura paralela dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O documento aponta a existência de seis núcleos que formavam uma organização criminosa, com um foco claro em espionagens políticas e ataque ao sistema eleitoral.

Estrutura e funcionamento da organização criminosa

A investigação identifica a presença de figuras de alto escalão do governo anterior, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro. Segundo a PF, esse núcleo central tinha a responsabilidade de definir diretrizes estratégicas, determinar alvos para ações clandestinas e beneficiar-se politicamente das operações. O relatório afirma que este núcleo era o principal responsável por decisões que resultavam em ataques a opositores e instituições, evidenciando um desvio de finalidade grave.

Núcleo da estrutura paralela (comando e alta gestão)

O relatório revela que o núcleo de comando era liderado por Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin, e composto por servidores de suas confiança, muitos dos quais eram policiais federais e oficiais de inteligência. Este grupo utilizava a estrutura física e tecnológica da Abin, incluindo o controverso software espião FirstMile, para executar operações clandestinas. A PF destaca que os integrantes desse núcleo não apenas ocupavam posições de alta gestão, mas estavam totalmente cientes do uso irregular dos recursos públicos.

Núcleo da estrutura paralela (assessoria da alta gestão e execução de ações clandestinas)

Outro núcleo significativo mencionado no relatório foi o responsável por gerenciar contratos e facilitar a execução das operações clandestinas. Este grupo, formado por servidores da Abin e policiais federais, atuou de forma a omitir a implementação de controles necessários para a supervisão do uso dos recursos, contribuindo para a obstrução de investigações internas e externas sobre os atos ilícitos.

Núcleo de gestão DOINT (gestores da estrutura operacional de inteligência)

O documento também menciona um núcleo especificamente encarregado da execução de ações demandadas pela alta gestão. Composto por policiais federais e militares, esses integrantes eram descritos como tendo uma unidade de ação em suas atividades criminosas, seguindo diretamente as determinações da cúpula da Abin, mesmo cientes de sua ilegalidade.

Núcleo dos vetores de produção e propagação de fake news

A disseminação de desinformação foi outra faceta do esquema, com um núcleo que operava na produção e propagação de fake news. Este grupo, integrado por assessores e servidores diretos da Presidência da República, recebeu instruções para facilitar a difusão de informações que beneficiavam o núcleo político, contribuindo para desestabilizar adversários e manipular a opinião pública.

Núcleo do embaraçamento da investigação

Por fim, um núcleo relacionado à obstrução de investigações foi identificado na fase posterior da investigação. Integrantes da atual gestão da Abin, como o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e outros altos funcionários, foram acusados de dificultar os processos investigativos relacionados à organização criminosa da gestão anterior. Este núcleo utilizou estratégias de recalcitrância na entrega de provas, além de tentativas de desacreditar figuras envolvidas nas investigações.

O relatório da PF não apenas expõe as falhas e irregularidades na Abin, mas também levanta questões sobre a integridade e a operação das instituições de inteligência no Brasil. A investigação continua em andamento, prometendo mais revelações sobre essa complexa teia de espionagem e corrupção.

Enquanto isso, a sociedade brasileira aguarda respostas e ações firmes para restaurar a confiança nas instituições públicas e garantir que situações como essas não se repitam no futuro.

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