Brasil, 18 de junho de 2025
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Fed mantém cautela e sinaliza pausa nos juros até o fim do ano

Apesar das tensões globais e da inflação controlada, o Federal Reserve deve adiar cortes nas taxas de juros por meses

Durante reunião de dois dias nesta semana, o Federal Reserve reafirmou sua postura de cautela, mantendo as taxas de juros inalteradas desde janeiro. Os agentes econômicos acompanham com atenção o cenário de incertezas geradas por conflitos internacionais, tarifas e as perspectivas de inflação nos EUA.

Fed sinaliza pausa nos cortes de juros até o fim de 2025

Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) decidiram manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5%, apesar das pressões para uma redução. Em comunicado divulgado após o encontro, o Fed afirmou que continuará observando a conjuntura econômica antes de tomar qualquer decisão sobre novas mudanças nos custos de empréstimo.

Segundo analistas, essa postura deve perdurar pelo menos até o fim do verão americano, pois o mercado de trabalho continua sólido e a inflação se mantém estável, mesmo com sinais de desaceleração no consumo.

Controles de inflação e mercado de trabalho em equilíbrio

De acordo com o economista Jon Faust, da Universidade Johns Hopkins, enquanto o mercado de trabalho permanecer forte e a inflação se mantiver na meta de 2%, o Fed adotará uma postura de “esperar para ver”. “Estamos em uma situação de equilíbrio, mas os riscos aumentaram”, afirmou Faust.

Dados recentes mostraram que a inflação nos EUA tem se mostrado contida, com o Índice de Preços ao Consumidor registrado como estável. No entanto, expectativas permanecem de uma eventual desaceleração nas contratações e na entrada de trabalhadores na força de trabalho ao longo do próximo semestre.

Fatores externos complicam o cenário

O conflito entre Israel e Irã, que se intensificou na última semana, trouxe volatilidade ao preço do petróleo. Custos de energia mais elevados podem acelerar a inflação, gerando o risco de estagflação—situação em que inflação alta convive com crescimento econômico fraco.

Lael Brainard, ex-vice-presidente do Fed, destacou que o choque no preço do petróleo, combinado às tarifas impostas pelo governo Trump, aumenta a incerteza para a política monetária. Ela reforça que o banco central deve aguardar sinais mais claros antes de alterar os juros.

Perspectivas para os próximos meses

Alguns analistas, como Jonathan Pingle do banco UBS, esperam que o Fed possa reduzir os juros em até três ocasiões ainda neste ano, começando em setembro. Pingle acredita que a deterioração do mercado de trabalho será um dos sinais que levarão à flexibilização dos cortes.

Por outro lado, figuras como Richard Clarida, ex-vice-presidente do Fed, enfatizam que o cenário mais provável ainda é de um único corte de 0,25 ponto percentual, com potencial de ação mais agressiva sendo adiada até 2026, dependendo de como os eventos internacionais evoluírem.

Projeções econômicas e riscos futuros

O Fed deve divulgar nesta quarta-feira novas projeções sobre o crescimento econômico, inflação e trajetória das taxas de juros até 2027. As estimativas indicam que a combinação de tarifas e conflitos internacionais pode levar a uma inflação superior à meta por mais tempo, aumentando o risco de uma recessão.

Segundo Lael Brainard, embora exista a possibilidade de início de cortes de juros em setembro, a decisão dependerá da evolução do cenário global e dos indicadores de atividade interna.

Autoridades também analisam o potencial nome de Scott Bessent para substituir Jerome Powell na presidência do Fed, refletindo a busca por um perfil que combine estabilidade com uma postura de política monetária mais flexível no futuro.

Mais informações em Fonte.

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