O dia de hoje marca a estreia de três dos maiores clubes europeus na Copa do Mundo de Clubes da FIFA: Real Madrid (Espanha), Manchester City (Inglaterra) e Juventus (Itália). Eles enfrentam adversários de peso, mas de espectros menos badalados do futebol mundial: as equipes árabes Al Hilal (Arábia Saudita), Wydad Casablanca (Marrocos) e Al Ain (Emirados Árabes Unidos). Essas últimas, apesar de não serem tão conhecidas, estão em busca de provar seu potencial no cenário esportivo global. Dentre essas equipes, o Al Hilal se destaca, especialmente após ter recebido investimentos significativos nos últimos anos, transformando-se em uma verdadeira potência regional.
O investimento árabe no futebol
A disparidade entre os clubes europeus e suas contrapartes em outras regiões tem sido uma constante no futebol mundial. Historicamente, Europa e América do Sul dominam o cenário, com 18 dos 32 clubes do torneio provenientes destas regiões. No entanto, desde 2023, a Arábia Saudita começou a investir pesado em seus clubes, utilizando recursos do Fundo de Investimento Público (PIF) para atrair estrelas e elevar o nível técnico de suas equipes. O Al Hilal, por exemplo, foi recentemente considerado o mais bem classificado fora do eixo UEFA-Conmebol no “Favoritômetro” do GLOBO, ao lado do Monterrey (México), com duas de cinco estrelas.
O elenco do Al Hilal é impressionante. Com jogadores como o atacante sérvio Aleksandar Mitrovic, os portugueses João Cancelo e Rúben Neves e o zagueiro senegalês Kalidou Koulibaly, o clube mostra que está a caminho de um futuro vibrante. Além disso, dois brasileiros de destaque, Malcom e Renan Lodi, fazem parte do plantel. Recentemente, o clube contratou Simone Inzaghi, um dos treinadores mais respeitados da Europa, o que aumenta ainda mais as expectativas em torno da equipe.
O contexto histórico da Copa do Mundo de Clubes
Intrigantemente, o Al Hilal e o Al Ain estão competindo na Copa do Mundo de Clubes devido a conquistas notáveis anteriores, como a Liga dos Campeões da Ásia. O Al Hilal, em particular, já eliminou o Flamengo na semifinal em 2023, o que demonstra sua capacidade de competir em alto nível. A entrada de “intrusos” em torneios da FIFA não é algo novo: desde que o Mazembe (República Democrática do Congo) surpreendeu ao enfrentar o Internacional em 2010, outras equipes de fora da Europa e América do Sul também conseguiram chegar a finais, incluindo o Ulsan HD (Coreia do Sul) e o Kashima Antlers (Japão).
Ainda assim, a sina continua: clubes desses continentes ainda não conseguiram vencer uma final da Copa do Mundo de Clubes contra equipes europeias. Desde 2012, as equipes sul-americanas e as de outros continentes saíram derrotadas em todas as finais. Portanto, será interessante ver como esse panorama se desdobrará nesta edição.
O torneio de 2025 e seus participantes
A Copa do Mundo de Clubes de 2025 apresenta uma diversidade rica de participantes. Da América do Norte, cinco clubes estão presentes: Monterrey, Pachuca, Seattle Sounders, Los Angeles FC e Inter Miami, que conta com a presença de Lionel Messi. Embora a qualidade dos mexicanos seja reconhecida, com Sérgio Ramos juntando-se ao Monterrey, o caminho para avançar não será fácil.
Na Ásia, além de Al Hilal e Al Ain, as equipes Urawa Red Diamonds (Japão) e Ulsan (Coreia do Sul) esperam causar impacto, apesar das dificuldades enfrentadas até agora. A África também participa com quatro clubes: Wydad, Mamelodi Sundowns, Al Ahly (Egito) e Espérance (Tunísia), mas a performance até o momento mostra que precisarão melhorar se desejam competir efetivamente.
O grupo G destaca-se pela disparidade técnica, reunindo Manchester City e Juventus com Wydad e Al Ain. O primeiro jogo será entre os ingleses e os marroquinos, seguidos do embate entre italianos e emiratenses. As previsões, pelo menos em termos de qualidade, apontam para uma clara vantagem para os gigantes europeus.
O futuro do futebol mundial
A presença de clubes com histórico de sucesso, como o Auckland City (Nova Zelândia), único representante da Oceania, ilustra a limitação enfrentada pelo continente no cenário global, uma vez que a realidade amadora de sua liga dificulta qualquer corrida ao reconhecimento significativo. Assim, a necessidade de reformulação é clara, especialmente considerando que os clubes australianos competem no circuito asiático.
Com as partidas de hoje, o mundo do futebol aguarda ansiosamente por surpresas e momentos memoráveis que poderão mudar o curso da história desta competição tão tradicional. O que está claro é que estamos prestes a testemunhar um torneio que poderá colocar em confronto as divisões habituais entre o futebol europeu e novas forças emergindo de outras partes do mundo.