Neste fim de semana, protestos contra a administração de Donald Trump aconteceram em várias cidades dos Estados Unidos, levando manifestantes a tomarem precauções extras com seus celulares. Alguns optaram por deixar o telefone em casa ou utilizá-lo de formas que dificultam o rastreamento, devido aos perigos de exposição a uma vigilância mais severa.
Por que é arriscado levar o telefone a um protesto?
Segundo especialistas em segurança digital, os celulares podem revelar mais do que imaginamos, especialmente às autoridades que podem obter dados por meio de ações legais ou tecnológicas, como ferramentas forenses. Mesmo em modo avião, há risco de rastreamento, pois o dispositivo se conecta a torres de celular, expondo a localização do usuário.
“A única forma segura de evitar rastreamento é não levando o telefone”, afirma Alejandro Ruizesparza, co-diretor da Lucy Parsons Labs, grupo de tecnologia e ativismo em Chicago. Para quem precisa estar conectado, recomenda-se desligar o aparelho antes de sair de casa ou deixá-lo em locais como o carro durante a manifestação.
Cuidados adicionais ao levar o telefone
Desative biometria e use senhas fortes
Se optar por levar o celular, é essencial desativar reconhecimento facial e impressões digitais, que podem ser usados para desbloquear o dispositivo sem seu consentimento. Especialistas orientam usar senhas numéricas ou alfanuméricas mais seguras, além de habilitar o modo de bloqueio, que desabilita biometria temporariamente, nas configurações do aparelho.
Utilize técnicas para proteger seus dados
Para proteger sua localização, o modo avião é uma boa prática, mas há opções mais avançadas, como bolsas Faraday, que bloqueiam sinais, embora possam dificultar a negação de participação na manifestação. Além disso, recomenda-se principalmente planejar estratégias de privacidade antes do protesto, incluindo o anonimato nas fotos e a remoção de metadados.
O que fazer com o telefone durante o protesto?
Se for imprescindível levar o aparelho, o mais seguro é mantê-lo desligado, ou em algum local seguro, como o carro, e evitar ativar biometria. Assim, reduz-se o risco de que dados sejam acessados por policiais ou que o celular seja confiscado com informações sensíveis, que podem ser usadas contra o usuário em processos judiciais.
Considerações finais e orientações
Para quem precisa estar conectado, a melhor recomendação é usar senhas fortes, desativar biometria e manter o telefone desligado, sempre que possível. A preparação antes do protesto é fundamental para garantir a segurança digital dos manifestantes.
“Práticas seguras não só protegem o indivíduo, mas também fortalecem o movimento como um todo”, ressalta Ruizesparza. Pensar estrategicamente é uma forma de solidariedade e uma defesa coletiva contra possíveis ações de vigilância ou repressão.
Antes de decidir levar o telefone, pergunte-se: “Estarei com alguém de confiança? Sabe o que fazer se algo acontecer?” Como demonstrado por Sabatine, passos simples, como deixar o telefone desligado ou usar dispositivos de bloqueio de sinais, podem fazer a diferença na segurança de quem participa de manifestações.
