Brasil, 18 de junho de 2025
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Congresso derruba vetos de Lula e aprova subsídios que encarecem energia

Em decisão inesperada, Congresso rejeita vetos de Lula e aprova novas regras que podem aumentar contas de energia em R$ 640 bilhões.

No dia 17 de outubro, em uma votação surpreendente, o Congresso Nacional decidiu derrubar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relacionados a um projeto de lei que tinha como objetivo incentivar a construção de usinas eólicas offshore no Brasil. A medida aprovada inclui ajustes que, de acordo com estimativas do governo, poderão adicionar até R$ 640 bilhões às contas de energia dos brasileiros nos próximos 20 anos. Entre os principais favorecidos pela legislação está Carlos Suarez, um empresário conhecido como o “rei do gás”, que se beneficiará grandemente com as novas regras.

Aprovado em meio a controvérsias

De acordo com as informações, a aprovação das mudanças obriga o governo a contratar a geração de 12.900 MW em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas térmicas a gás. Este movimento, que levanta dúvidas sobre a transparência e os reais interesses em jogo, beneficia diretamente Suarez, que já possui PCHs na região Centro-Oeste. As novas regras também viabilizam projetos de distribuição de gás em oito estados, o que deve gerar 8.000 MW, ampliando ainda mais os subsídios a um setor já favorecido.

Impactos financeiros para os consumidores

Embora a quantidade de energia prevista pela nova legislação ultrapasse a capacidade de consumo atual do país, os custos associados serão repassados a todos os consumidores nas contas de luz. Os cálculos do governo já indicam que essas usinas desnecessárias podem custar cerca de R$ 32 bilhões por ano, valor que se iguala à previsão de arrecadação em outras áreas, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até 2026. Isso levanta sérias questões sobre a sustentabilidade financeira dessa medida e seus efeitos diretos na vida dos cidadãos.

Um golpe legislativo?

A inclusão destes “jabutis” — trechos que não guardam relação direta com o tema principal da legislação — na minuta de lei gerou críticas de diversos setores. O uso dessa prática é comum no jargão político, mas é considerado uma manobra para evitar um debate mais amplo sobre os impactos de tais decisões. Na justificativa de veto, Lula identificou que as novas adições ferem o interesse público e representam um alto risco de prejuízo financeiro a todos os consumidores. Contudo, em plena sessão, os vetos foram incluídos sem que a oposição ou o governo tivesse a oportunidade de reagir.

Implicações políticas e sociais

A decisão de derrubar os vetos de Lula não estava prevista na pauta divulgada e aconteceu em meio a negociações que buscavam um consenso que minimizasse os efeitos sobre o consumidor. A proximidade do senado com os interesses de Suarez levanta questões sobre a real motivação e quem realmente se beneficia dessa nova legislação. Observadores políticos destacam que, a não ser que se recorra ao Supremo Tribunal Federal, a única alternativa para evitar a implementação desses subsídios será por meio de ações judiciais que contestem a aprovação.

Um futuro incerto para o setor energético

As novas contratações também incluem a previsão de usinas de hidrogênio — uma tecnologia ainda cara e que nunca foi mencionada nas diretrizes do planejamento energético nacional, o que gera preocupações sobre sua viabilidade e integração no mercado. Assim, a aprovação dos vetos representa não apenas uma mudança de políticas energéticas no Brasil, mas também um desvio de recursos que poderiam ser utilizados de maneira mais sustentável e objetiva no setor.

Enquanto os debates e as contestações jurídicas provavelmente continuam, a população se vê na iminência de arcar com os altos custos gerados por uma legislação que se apresenta como benéfica apenas para alguns interesses. O futuro das contas de energia e a maneira como o setor energético brasileiro se molda está em uma encruzilhada crucial, e as consequências de decisões como essa podem reverberar por muitos anos.

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