Brasil, 18 de junho de 2025
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Cientistas recriam o rosto de mulher de 10 mil anos atrás

Um avanço científico permite a reconstrução do rosto de uma mulher da era mesolítica, descobrindo novos detalhes sobre a vida pré-histórica.

Cientistas da Universidade de Ghent, na Bélgica, realizaram uma impressionante reconstrução facial de uma mulher que viveu há 10.000 anos, graças a tecnologias de DNA de ponta. Esta imagem surpreendente revela o rostinho de uma mulher que habitou o vale do rio Meuse, cerca de 5.000 anos antes da construção de Stonehenge. O processo de reconstrução trouxe à tona não apenas a aparência dessa mulher, mas também novos detalhes sobre a vida de um povo que viveu em harmonia com a natureza.

Descobertas sobre a mulher de Meuse

Os restos da mulher, datados do período mesolítico, foram encontrados entre os corpos de 30 a 60 outras mulheres. A análise de fragmentos de DNA obtidos de seu crânio revelou que ela possuía cabelo escuro, olhos azuis e uma pele mais clara do que muitos outros europeus da mesma época. Esse contraste na coloração da “Mulher de Meuse” é atribuído ao fato de que ela e seu grupo provavelmente eram nômades, explorando vastas distâncias em busca de recursos e sobrevivência.

Rituais funerários intrigantes

A análise dos locais de sepultamento revela práticas religiosas complexas, que poderiam ser consideradas brutais sob nossos padrões atuais. A professora Isabelle De Groote, diretamente envolvida na pesquisa, apontou que os crânios foram raspados e manipulados com ocre, possivelmente como parte de um rito funerário. É curioso notar que somente mulheres foram enterradas nesse local específico, levantando novas questões sobre os costumes da época.

Os restos de Mulher de Meuse foram encontrados nas cavernas de Margaux, na Bélgica, em 1988. No entanto, somente agora as pesquisas completas foram divulgadas. De Groote também mencionou que se sabe o que a mulher comia, conforme indicações de restos de animais encontrados na área. A presença de hastes sugere que eram utilizados acampamentos, enquanto restos de avelãs indicam que havia florestas de aveleira nas proximidades.

Reconstrução facial e votação pública

A reconstrução facial foi realizada pelos irmãos gêmeos holandeses, Adrie e Alfons Kennis, que se autodenominam “artistas paleo-antropológicos”. Eles usaram as descobertas detalhadas da equipe de Ghent para reconstruir os traços da mulher, utilizando uma combinação de resina e silicone. Além do rosto, há também uma proposta para que a mulher receba um nome. Uma eleição online permite que os membros do público escolham entre três nomes: Margo, Freya ou Mos’anne. As pessoas poderão votar até o final de junho através do link na parte superior do site do projeto.

Um mistério a ser resolvido

Ainda não se sabe ao certo a causa da morte da mulher, algo incomum na análise de esqueletos, uma vez que a maioria das causas não deixa marcas no esqueleto. De Groote afirma que não foi encontrada nenhuma pancada na cabeça, o que complicou ainda mais a determinação de como ela faleceu. Em relação ao estilo de vida, os povos mesolíticos de sua época levavam uma vida simples e harmoniosa com a natureza. Professor De Groote comentou que eles utilizavam partes de animais para confeccionar roupas, ferramentas e amarras, podendo até ter domesticado cães. Este modo de vida estava intimamente ligado ao ambiente natural, dependendo de recursos sazonais e de habilidades refinadas de forrageamento e caça.

No final da era mesolítica, os humanos haviam desenvolvido habilidades avançadas, como a produção de cerâmica e pintura. Os caçadores-coletores começaram a fabricar recipientes para armazenar alimentos, um indicativo da evolução de suas técnicas e da complexidade social crescente da época.

As descobertas não só oferecem uma visão fascinante de uma mulher que viveu há milênios, mas também abrem um novo capítulo na compreensão da vida durante o período mesolítico.

Para mais informações, acesse o link da fonte.

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