A Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), em colaboração com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), promove uma capacitação especializada em cuidados, manejo e comercialização de galinhas caipiras. Essa iniciativa beneficia 11 famílias do Assentamento 8 de Março, localizado em Teresina, que são atendidas pelo projeto Fomento Rural. Esta é uma parceria que envolve a SAF e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Cada família selecionada receberá 50 pintos da raça Canela-Preta, uma espécie nativa e adaptada às condições do estado.
Um novo caminho para a sustentabilidade
O principal objetivo da capacitação é assegurar que esses produtores possam desenvolver a avicultura e, dessa forma, transformar essa atividade em sua principal fonte de sustento. Para garantir uma adaptação eficaz, a SAF formou uma parceria com a Uespi, envolvendo os estudantes em atividades de extensão que possibilitam a troca de conhecimento entre eles e os agricultores.
A assessora técnica da SAF, Abigail Carvalho, destacou a importância desse projeto, afirmando que “além de garantir uma segurança alimentar, podemos proporcionar que esses produtores saiam da zona de extrema pobreza”. Segundo ela, isso permitirá que as famílias assegurem a educação dos filhos e melhorem sua qualidade de vida. A escolha pela raça Canela-Preta deve-se às suas características favoráveis, que incluem resistência e adaptabilidade ao solo e clima locais, além de uma menor dependência de insumos.”
A abordagem agroecológica
Características da galinha Canela-Preta possibilitam uma produção agroecológica, permitindo que o manejo seja realizado com o uso de produtos naturais, como alho, açafrão e pimenta-do-reino. Abigail ressalta que essas práticas não só são mais sustentáveis, mas também garantem um modelo de criação que valoriza o bem-estar animal e a saúde dos agricultores.
A transformação da comunidade rural
A presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento 8 de Março, Leda Dourado, compartilhou a perspectiva dos productores sobre o projeto: “Há poucos anos, não tínhamos água nem energia elétrica. Hoje, com este projeto, as famílias poderão produzir suas próprias galinhas e ter a chance de trabalhar de maneira justa e honesta.” Esse relato mostra o impacto positivo da capacitação na vida das comunidades rurais, que antes enfrentavam sérias dificuldades de infraestrutura.
Expedito Xavier, um dos beneficiados com o projeto, expressou sua felicidade: “Estamos muito contentes com esse projeto. Agora, sentimos que temos a força para gerar renda.” O desejo de fazer isso de forma responsável foi reforçado: “Vamos trabalhar certinho!”, disse ele.
Apoio contínuo e aprendizado integrado
Nos próximos meses, a equipe da Uespi estará ativa no assentamento, oferecendo treinamento aos produtores sobre o manejo e comercialização de galinhas. O foco inclui a produção de ovos, carne e pintos. O objetivo é não apenas prestar assistência, mas também promover a troca de conhecimentos entre os universitários e os agricultores, enriquecendo a experiência acadêmica e prática de ambos os lados.
A professora de Zootecnia na Uespi, Débora Carvalho, comentou sobre a relevância da extensão universitária: “O que fazemos na sala de aula se complementa no campo. Essa ação é fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar.” A estudante de Zootecnia, Adrielle Carneiro, ressaltou a importância de conectar os conhecimentos acadêmicos às práticas dos produtores: “Aprendemos a otimizar o trabalho e a comunicação com os agricultores, vital para a construção de um futuro mais sustentável.”
Assim, o projeto de capacitação, além de transformar a realidade das famílias envolvidas, fortalece também a educação prática dos estudantes, gerando um ciclo de aprendizado que beneficia a todos.
