Brasil, 17 de junho de 2025
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Torcedores de Inter e Milan condenados a até 10 anos de prisão

Uma série de condenações abala o futebol italiano, com torcedores do Inter e Milan envolvidos em crimes graves.

Nesta terça-feira, torcedores fervorosos dos gigantes do futebol italiano, Inter de Milão e AC Milan, foram condenados a penas que variam de 6 a 10 anos de prisão após um julgamento que revelou uma série de crimes graves, incluindo organização criminosa e assassinato. O caso, que envolveu 16 indivíduos, se baseou em uma investigação sobre as atividades dos chamados grupos “ultras”, frequentemente associados a comportamentos violentos e mafiosos.

O caso dos ultras em Milão

Todos os réus foram considerados culpados em um processo que durou menos de 10 meses, resultando em uma sentença total de 90 anos de prisão. As investigações, iniciadas em março, revelaram que os crimes estavam intimamente relacionados a atividades ilícitas que ocorriam nos arredores do icônico estádio San Siro, especialmente durante os dias de jogos. Entre as práticas investigadas, estava a venda de ingressos e o controle de estacionamento, além da extorsão de pessoas sem ingresso para permitir sua entrada no estádio.

Um dos réus mais notórios, Andrea Beretta, ex-líder do grupo ultra do Inter, recebeu uma das penas mais severas. Ele foi condenado por conspiração criminosa com agravantes e pelo assassinato do mafioso Antonio Bellocco, um importante membro da organização ultranacionalista. Beretta se tornou uma testemunha do estado após esfaquear Bellocco até a morte durante uma briga. Isso ocorreu semanas antes da prisão de 19 torcedores em setembro por seus vínculos com a máfia.

Crimes chocantes no mundo do futebol

O assassinato de Bellocco chocou a comunidade, não apenas pela brutalidade do ato, mas também por sua conexão com a ‘Ndrangheta, uma das organizações mafiosas mais temidas da Itália, originária da Calábria. Beretta não foi o único a enfrentar consequências severas; ele também estava sob investigação por seu papel na morte do criminoso profissional Vittorio Boiocchi, que faleceram em um tiroteio em 2022.

Os conflitos entre facções rivais entre os ultras, como Beretta e Marco Ferdico, que também foi condenado a 8 anos, contribuíram para um ambiente de violência crescente nos estádios. As tensões políticas e ideológicas entre grupos neonazistas e torcedores de extrema-direita também têm influenciado o cenário, levando a disputas de poder dentro dos grupos de torcedores.

Do lado do Milan, o torcedor ultra Luca Lucci foi condenado a 10 anos por planejar a tentativa de assassinato de Enzo Anghinelli, um rival entre os grupos. Seu braço direito, Daniele Cataldo, que foi considerado o executor deste plano, recebeu a mesma pena. As penas atribuídas refletem não apenas a gravidade dos crimes, mas também o comprometimento das autoridades em combater a violência associada ao futebol na Itália.

Procedimentos legais especiais e suas implicações

O julgamento rápido, conhecido como “rito abbreviato”, permite que casos sejam decididos com base nas provas apresentadas pelo Ministério Público, sem debate jurídico extenso pelas defesas. Essa prática tem acelerado o andamento de processos que, de outra forma, poderiam levar anos para serem concluídos. No entanto, também levanta questões sobre as garantias legais dos réus.

Em comparação, sete outros indivíduos que foram presos no mesmo contexto enfrentam um processo judicial mais demorado, que teve seu início apenas recentemente. Essa disparidade processual pode influenciar o resultado das investigações a longo prazo e criar um precedente no tratamento de crimes associados à violência no futebol.

Impacto nas torcidas e no futebol italiano

Essas condenações têm um impacto significativo não só sobre as torcidas dos dois clubes de Milão, mas também sobre a imagem do futebol italiano como um todo. A posição dos “ultras” e a presença da violência no futebol têm desencadeado chamadas por uma abordagem mais rigorosa no enfrentamento da criminalidade nas arquibancadas, resultando em um esforço conjunto entre clubes, autoridades e sociedade civil para reverter essa imagem sombria.

A condenação de membros de torcidas organizadas como as do Inter de Milão e AC Milan destaca a necessidade de uma mudança na cultura envolvendo o futebol na Itália. O combate à criminalidade e à violência é fundamental para restaurar a segurança nos estádios e para garantir que o futebol continue a ser uma celebração do esporte e da paixão, em vez de um campo de batalha para guerras de facções rivais.

Com o foco contínuo nas investigações em curso e nas ações legais, espera-se que os clubes e torcedores possam se unir em torno de um futuro mais seguro e respeitoso, onde o futebol possa prevalecer como um esporte de união e não de divisão.

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