Na última terça-feira (17), o SBT tomou uma decisão inesperada ao alterar sua programação nacional sem qualquer aviso prévio. O centro da polêmica foi a ampliação do espaço de programação conhecido como fade, que foi estendido em 21 minutos, beneficiando o programa Alô Você, apresentado por Luiz Bacci. Essa mudança interrompeu a grade de exibição que as afiliadas mantinham para seus telejornais locais, que, alinhados com o horário habitual, já estavam no ar.
Comunicação tardia afeta afiliadas
De acordo com informações apuradas pela coluna, as afiliadas do SBT foram informadas sobre a alteração apenas às 12h54 — ou seja, 19 minutos antes da entrada prevista do seriado Chaves, que estava programado para iniciar às 13h15. Com essa comunicação em cima da hora, as emissoras filiadas que se preparavam com base na grade tradicional tiveram que improvisar rapidamente.
Impacto direto nas exibições regionais
A mudança causou desafios significativos para diversas praças ao redor do Brasil. Em Brasília, por exemplo, foi necessário recorrer à exibição de um episódio do programa Chapolin para preencher o espaço deixado pela alteração inesperada. Já em Belém, a afiliada decidiu abandonar sua programação planejada e optou por retransmitir o sinal direto de São Paulo, transmitindo o Alô Você já em andamento.
Esses episódios de improviso revelam uma prática que se tem tornado frequente sob a gestão de Daniela Beyruti e Mauro Lissoni: decisões de última hora que não levam em consideração a necessidade de planejamento das afiliadas. O tempo de comunicação foi inferior ao que deveria ser para uma transição adequada, prejudicando a qualidade da programação local e a experiência das audiências nas diferentes regiões.
A pressão sobre as afiliadas
A situação também levanta questionamentos sobre a responsabilidade da emissora em manter uma comunicação clara e eficiente com suas afiliadas. As decisões que desconsideram a autonomia das emissoras locais podem gerar descontentamento e afetar a relação de confiança. A dificuldade de adaptação a mudanças repentinas pode resultar em perda de audiência e, consequentemente, em redução de receita para as afiliadas.
Expectativas de mudança na gestão
Com a insatisfação crescente entre as afiliadas, muitas vozes da indústria começam a questionar se será necessário um reexame nas práticas da administração do SBT. Investir em um diálogo aberto com suas emissoras parceiras e estabelecer um cronograma de programação mais previsível poderia beneficiar todos os lados. O fortalecimento das relações com as afiliadas é essencial para fortalecer a marca SBT a nível nacional, especialmente em tempos onde a competitividade no setor de mídia e entretenimento é intensa.
Esse episódio recente é mais um sinal de que é necessário repensar as estratégias que regem a programação diária do SBT. Para garantir que as afiliadas possam cumprir com sua missão de entregar conteúdos relevantes e de qualidade aos seus telespectadores, uma abordagem mais respeitosa e colaborativa é fundamental.
Diante dessa situação, será interessante acompanhar as próximas ações da diretoria do SBT e se haverá uma reavaliação de suas práticas de programação em relação às afiliadas. A maneira como a emissora lidar com esses desafios poderá determinar o futuro da rede e a satisfação de suas afiliadas.
