Dias antes de sua estreia no Mundial de Clubes com o Fluminense, marcada para esta terça-feira (13h, horário de Brasília) contra o Borussia Dortmund, o técnico Renato Gaúcho compartilhou momentos pessoais e profissionais em uma entrevista exclusiva ao GLOBO. Em meio a um clima descontraído, Renato revelou que foi surpreendido pela filha, Carol, com uma brincadeira sobre uma possível gravidez, que trouxe risadas, mas também a esperança de que essa notícia chegue de verdade em breve.
O desejo de ser avô e a paixão pelo futebol
Durante a conversa, o treinador de 60 anos expressou seu entusiasmo pela possibilidade de se tornar avô. “Eu nunca parei para pensar nisso, mas gostaria de ser avô sim. Se tiver que acontecer, vai acontecer normalmente”, afirmou. A relação próxima que tem com sua filha transparece em suas palavras, mostrando um lado mais humano e afetivo do treinador, que continua a oferecer sua contribuição no futebol, tanto como mentor quanto como crítico de algumas práticas do esporte brasileiro.
Renato reafirmou sua paixão pelo futebol, afirmando que o “tesão” de trabalhar no campo é que o mantém ativo na profissão. “Estou aqui pelo tesão. Eu quero ganhar, trabalho para isso. O grupo tem respeito por mim, e eu o escuto”, declarou, destacando a importância da troca de experiências com jogadores mais jovens e mais experientes.
Uma nova perspectiva sobre o futebol
Embora tenha um histórico de críticas ao futebol brasileiro, Renato revelou que tem mantido uma postura mais calma e reflexiva com o passar do tempo. “A experiência é tudo. Antigamente, eu contava até dois; hoje, conto até dez”, brincou. Esse amadurecimento demonstra um crescimento pessoal que reflete também em sua abordagem como treinador.
Na entrevista, o técnico fez uma crítica direta ao estilo de alguns treinadores que tentam imitar formatos estrangeiros. “Tem espaço para todo mundo, mas você tem que copiar as coisas boas e deixar de lado o que é ruim. O jogador brasileiro precisa de liberdade; estão engessando o atleta”, disse. Essa visão representa uma defesa do futebol brasileiro e um apelo para que o estilo mais livre do jogador nacional seja valorizado.
Futebol simples e eficaz
Renato exalta a simplicidade como chave para um bom desempenho em campo. “Entender de futebol não é falar bonito. Você tem que fazer os caras entenderem o que você quer”, destacou. Ele reforça a importância da comunicação direta e clara com enunciados simples, tanto com os jogadores quanto com a torcida, um aspecto que considera vital para o sucesso do esporte.
Quando questionado sobre o novo técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, Renato ressaltou que ele também se destaca por sua comunicação clara e objetiva. “Ancelotti, multicampeão, não fala difícil, simplifica”, disse, evidenciando a necessidade de essa abordagem seja espelhada na seleção brasileira.
Expectativas para o Mundial e a vida fora do campo
Com a confiança de liderança e um grupo respeitoso, Renato se prepara para os desafios que vêm pela frente no Mundial, onde seu objetivo é continuar apostando na essência do futebol brasileiro. “Vou jogar para ganhar sempre, mas quero fazer o simples”, enfatizou.
Por fim, ao ser questionado sobre sua conexão com os Estados Unidos, Renato compartilhou seu sentimento de saudade do clima carioca. “Estou me sentindo em Porto Alegre. Saí de lá com frio e chuva”, disse, demonstrando bom humor e leveza. Ao lado da expectativa por uma competição internacional, Renato Gaúcho reflete também as nuances da vida pessoal, estabelecendo um vínculo forte entre sua carreira e sua família.
A entrevista revela não apenas um treinador comprometido com o sucesso de sua equipe, mas também um homem que vive intensamente todas as pontas de sua vida, sempre conectando a paixão pelo futebol à sua história familiar.
