Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Civil do Rio de Janeiro lançou a Operação “Menu do Crime”, uma investigação que visa desarticular uma quadrilha especializada na entrada de drogas e celulares em presídios através de quentinhas. A operação teve início após uma prisão significativa no presídio Nelson Hungria, em Bangu, em 2023.
O começo das investigações
As investigações foram desencadeadas quando, em 2023, agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) flagraram um motorista de van entregando quentinhas adulteradas. Durante a apreensão, foram encontrados 20 kg de drogas, incluindo maconha e cocaína, além de 71 celulares, chips, carregadores e balanças de precisão no interior do veículo.
O motorista foi preso, assim como dois agentes da Seap, que foram acusados de facilitar a entrada dos materiais ilícitos nas penitenciárias. Essa ação irregular revelou um esquema bem elaborado por parte de criminosos que aliciavam pessoas na empresa responsável pela entrega das marmitas. O objetivo era garantir que os lacres de segurança fossem manipulados, permitindo a entrada de produtos proibidos nas unidades prisionais.
Modus operandi da quadrilha
Conforme as investigações, o esquema funcionava com uma troca clandestina de quentinhas durante o trajeto até os presídios. A van, antes de chegar à unidade prisional, desviava sua rota e parava em estabelecimentos específicos, onde as marmitas eram trocadas. Isso permitia que as quentinhas, agora lacradas corretamente, seguissem para os presos, enquanto os policiais penais colaboravam ao não realizarem as devidas vistorias.
Busca e apreensão em diversos locais
Na fase atual da operação, os agentes estão cumprindo mandados de busca e apreensão em vários endereços. As ações estão concentradas em áreas como o Centro do Rio, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá e Bangu, além da Ilha do Governador e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), em colaboração com unidades dos departamentos gerais de Polícia Especializada, está liderando a operação.
A operação “Menu do Crime” é um esforço conjunto das autoridades para combater a criminalidade organizada dentro das penitenciárias, um problema que tem persistido ao longo dos anos e que afeta diretamente a segurança pública. O uso de produtos alimentícios como veículos para a entrada de drogas e outros objetos ilícitos demonstra a criatividade e ousadia dos criminosos, além da necessidade premente de intensificar os mecanismos de controle nas unidades prisionais.
Impacto e desafios futuros
As autoridades enfrentam desafios significativos na luta contra a criminalidade nas prisões, onde a corrupção e a facilitação por parte de agentes penitenciários complicam a situação. O sucesso da operação atual pode abrir caminho para futuras investigações e ações mais rigorosas, na tentativa de restaurar a ordem e a segurança nas penitenciárias do Rio de Janeiro.
À medida que a Operação “Menu do Crime” avanzar, a população aguarda ansiosamente resultados que possam aliviar o clima de insegurança e garantir que os presídios funcionem como instituições de recuperação e não como centros de tráfico e crime organizado. A esperança é de que, com ações coordenadas e eficazes, seja possível desmantelar esquemas criminosos que, por muito tempo, colocaram em risco a segurança pública.
Seguiremos acompanhando o desenrolar dessa operação e suas implicações para o sistema penitenciário e a sociedade carioca.