Adriana Smith, uma enfermeira de Atlanta, deu à luz um menino de 29 semanas de gestação após quase quatro meses em suporte de vida, apesar de ter sido declarada cerebralmente morta em fevereiro. O parto emergencial ocorreu na sexta-feira, dia 13 de junho, e o bebê, chamado Chance, está na UTI neonatal.
Histórico e estado do bebê Chance
Chance, que nasceu pesando 1 libra e 13 onças, encontra-se atualmente na UTI neonatal, onde recebe cuidados especializados. A mãe, April Newkirk, afirmou à mídia que o menino “está esperando estar bem” e pediu orações para a recuperação dele. Segundo ela, os médicos planejaram o parto para 32 semanas, mas uma emergência levou à cesariana na semana 29.
Smith, que completou 31 anos no último domingo, tem previsão de ter o suporte de vida removido na terça-feira, dia 17, conforme informou sua mãe. “Não deveria estar enterrando minha filha, ela deveria estar enterrando mim”, lamentou Newkirk. Além de Chance, Adriana Smith é mãe de um menino de 7 anos.
Contexto do caso e legalidade
Em fevereiro, Smith procurou atendimento após sofrer dores de cabeça intensas, mas foi enviada para casa com medicação. No dia seguinte, seu namorado a encontrou “gasping for air” e acionou o resgate. Após exames, foi descoberto que ela tinha múltiplos coágulos cerebrais, levando à sua declaração de morte cerebral, mesmo estando grávida de nove semanas.
O caso ganhou atenção nacional em maio, quando sua mãe relatou que o Hospital Emory, em Atlanta, alegou necessidade de mantê-la em suporte de vida até o nascimento do bebê, citando a legislação do estado da Geórgia. As leis estaduais proíbem aborto após a detecção de batimentos cardíacos fetais, mas a remoção de suporte de vida de uma paciente em morte cerebral não é considerada aborto, segundo o escritório do procurador-geral do estado.
Debates legais e éticos sobre suporte de vida e aborto
O escritório do procurador-geral da Georgia declarou que a Lei LIFE não exige que pacientes em morte cerebral sejam mantidos em suporte de vida, explicando que a retirada de suporte não visa terminar uma gravidez, mas sim tratar de uma condição de falência múltipla de órgãos.
Questionamentos jurídicos sugerem que a legislação aplicável pode ser a Lei de Diretivas Avançadas de Saúde do estado, a qual permite que procedimentos de sustentação de vida sejam limitados em casos de gravidez avançada, priorizando a vida do feto. Especialistas como David Gibbs III, advogado do Centro Nacional de Vida e Liberdade, destacam que a legislação de exclusão de gravidez costuma prevalecer nesses casos.
Perspectivas futuras e impacto social
O episódio levanta debates sobre os limites da lei e da ética médica, especialmente em situações envolvendo gravidez avançada e morte cerebral. A família Smith continua aguardando a decisão final sobre a retirada do suporte, enquanto o bebê Chance recebe cuidados intensivos.
Autoridades e especialistas destacam que o caso evidencia a complexidade jurídica e moral de casos similares, estimulando discussões sobre os direitos das pacientes, a legislação de proteção fetal e os limites da assistência médica em contextos de morte cerebral durante a gestação.
(Fonte: Catholic News Agency, 17 de junho de 2025)