Brasil, 17 de junho de 2025
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Igreja nigeriana agradece apoio do Papa e critica silêncio das autoridades

Editorial destaca apoio do Papa Leão XIV às vítimas de massacre em Benue e critica inação do governo nigeriano.

O recente massacre em Benue, Nigéria, que resultou na morte de aproximadamente 200 pessoas, trouxe à tona uma onda de indignação e pesar, não apenas entre os cidadãos nigerianos, mas também entre líderes da Igreja. Em editorial escrito por autoridades do Secretariado Católico da Nigéria, o Papa Leão XIV foi elogiado por sua resposta imediata às atrocidades cometidas, mas o silêncio e a inação do governo nigeriano receberam críticas severas.

A resposta do Papa Leão XIV

O ataque brutal ocorreu na calada da noite, entre os dias 13 e 14 de junho, atingindo principalmente pessoas deslocadas que buscavam abrigo em uma missão católica local. Durante sua oração do Angelus, o Papa Leão XIV ofereceu orações pelas vítimas, expressando sua solidariedade ao povo nigeriano, que enfrenta uma crise de violência sem precedentes.

“A Igreja nigeriana agradece ao Papa pela sua proximidade com a nossa dor, mas questiona por que as autoridades nacionais permanecem em silêncio em relação a esses assassinatos”, afirma o editorial, ressaltando a falta de resposta efetiva das autoridades em lidar com os perpetradores da violência.

A cadeia de abastecimento alimentar ameaçada

A violência constante no estado de Benue não afeta apenas as vidas das pessoas, mas também compromete a segurança alimentar da Nigéria. O editorial menciona que a situação do estado, conhecido como “Cesto de Alimentos da Nação”, se agrava com a colheita de mortes e a ausência de políticas efetivas para proteger os agricultores. “O Ministério da Agricultura parece mais preocupado em pedir orações e jejum do que em enfrentar os fatores que afastam os agricultores de suas terras”, critica o texto.

Desespero em meio à devastação

Nos últimos dez anos, mais de 5.000 pessoas perderam a vida em Benue devido à violência, e cerca de 1,5 milhão foram deslocadas internamente, de acordo com relatório da Amnistia Internacional. A situação alarmante levou a entidade a exigir do governo uma resposta contundente para acabar com o “derramamento de sangue quase diário” no estado.

A recente onda de assassínios faz parte de uma crise mais extensa na região do Cinturão Médio da Nigéria, que tem sido abalada por ataques a comunidades agrícolas. O silêncio governamental diante dessas questões levanta questionamentos sobre a responsabilidade e compromissos das autoridades.

Voices of dissent silenced

Enquanto isso, a Igreja nigeriana aponta o dedo para a repressão de vozes críticas que ousam se manifestar contra essa severa onda de crimes. Autoridades religiosas, como o Bispo Wilfred Chikpa Anagbe da Diocese de Makurdi, tornaram-se alvo de ameaças por expor o horror da situação e clamar por justiça.

“A perseguição a quem se levanta pela verdade agrava ainda mais a crise. Não se pode silenciar o grito de um povo que sofre”, afirmam as autoridades eclesiásticas, enfatizando que a resistência e a coragem do Bispo são um reflexo do clamor por justiça do povo de Benue.

Um chamado à ação

O editorial conclui com um apelo urgente ao governo nigeriano para que tome medidas eficazes contra a violência e a discriminação. “Os nigerianos estão cansados da inação e do descaso. É hora de agir e proteger aqueles que mais necessitam”, afirmam as autoridades da Igreja. A situação no estado de Benue é um verdadeiro chamado à ação, e a luta pelo reconhecimento e a proteção dos direitos humanos não pode ser ignorada.

O apoio contínuo do Papa Leão XIV, embora aplaudido, não substitui a necessidade urgente de uma resposta governamental firme e justa. O povo nigeriano espera que os ecos de seus clamores não sejam mais silenciados e que a paz e a justiça possam, finalmente, prevalecer.

Com a crise se agravando, a esperança de um futuro melhor depende da ação coletiva — tanto da Igreja quanto do governo — em combater a violência e restaurar a dignidade dos afetados.

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