Brasil, 18 de junho de 2025
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Greenpeace e WWF criticam leilão de petróleo na Foz do Amazonas

Organizações apontam riscos ambientais e sociais com novos poços na região.

O Greenpeace Brasil expressou seu lamento sobre o recente leilão que resultou na venda de 19 blocos na Bacia da Foz do Amazonas, arrecadando R$ 844 milhões. Para a organização, a abertura de novos poços de petróleo pode aumentar o risco de desastres ambientais, intensificando a crise climática e acentuando as desigualdades existentes na região.

O consórcio formado pela Petrobras e ExxonMobil Brasil adquiriu 10 blocos por mais de R$ 262 milhões. Já o outro consórcio, composto pelas empresas Chevron e CNPC Brasil, pagou R$ 582 milhões pelos demais 9 blocos. A negociação ocorreu durante o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na terça-feira, 17 de junho.

“É alarmante que mais de 40% dos blocos ofertados na Bacia da Foz do Amazonas tenham sido arrematados neste leilão da ANP. Ao assumir 10 blocos em consórcio com a ExxonMobil Brasil, a Petrobras se posiciona como protagonista de um projeto político arriscado, que compromete a credibilidade ambiental do Brasil”, alerta o Greenpeace Brasil.

Preocupações das organizações ambientais

A WWF Brasil também manifestou sua profunda preocupação e oposição ao leilão. A entidade ressalta que a iniciativa contraria os compromissos climáticos assumidos pelo Brasil e evidencia uma visão arcaica de desenvolvimento.

“A dinâmica complexa das correntes na Foz do Amazonas aumenta significativamente os riscos de vazamentos e compromete qualquer resposta a acidentes ambientais. Essas preocupações foram reconhecidas por órgãos técnicos, como o Ibama, que em pareceres anteriores negou licenças baseadas na ausência de estudos ambientais robustos e na elevada vulnerabilidade do ecossistema marinho”, afirma a WWF.

O leilão da Foz do Amazonas e suas implicações

O leilão também atraiu a atenção de gigantes do setor petrolífero. Além da Petrobras e da ExxonMobil, a Chevron, que controla a marca Texaco, e a CNPC (China National Petroleum Corporation), a maior estatal chinesa no setor, foram protagonistas dessa negociação. As subsidiárias no Brasil representam essas organizações de fora do país, intensificando a exploração na região.

A Oferta Permanente é a principal modalidade de licitação para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Diferentemente das rodadas tradicionais, este modelo oferece uma contínua disponibilidade de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais, tanto em bacias terrestres quanto marítimas.

O 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão também incluiu outros leilões em áreas como a Bacia do Parecis e a Bacia de Pelotas, resultando em um total de R$ 1,45 bilhão em investimentos exploratórios, com 34 blocos sendo arrematados. Este valor superou as expectativas iniciais que previam uma arrecadação de R$ 989 milhões, tornando-se o melhor resultado da história do sistema de oferta permanente de concessão em termos de arrecadação estatal.

Para o ministro de Minas e Energia, esses resultados reforçam a confiança do mercado nas diretrizes estabelecidas. O leilão contou com a participação de empresas de vários países, incluindo Austrália, China, Estados Unidos e Portugal, ressaltando a relevância estratégica da Foz do Amazonas no cenário global de petróleo e gás.

Este leilão evidencia uma polarização de opiniões entre a necessidade de exploração de recursos naturais e os crescentes apelos por ação climática e proteção ambiental. Enquanto as empresas reforçam a confiança nos investimentos, organizações ambientalistas alertam para os riscos e as implicações de longo prazo para o ecossistema e as comunidades locais.

As consequências desse leilão ainda serão debatidas, mas as vozes de alerta das organizações ambientalistas ecoam fortemente, enfatizando que o futuro do ecossistema amazônico, tão vital, está em jogo.

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