No último domingo (15), um trágico acidente com um balão em Capela do Alto (SP) deixou uma mulher morta e gerou apreensão em toda a região. Mais de 30 pessoas estavam a bordo quando o balão caiu em uma área rural. Entre os passageiros que escaparam desse incidente estavam um casal de Sorocaba, que se atrasou em sua chegada devido a um erro no aplicativo de navegação que utilizaram. Este evento levantou questões sobre segurança e responsabilidade em passeios de balão no Brasil.
Atraso que salvou vidas
Giovanna Versuti e seu namorado, Davi Siolari, estavam programados para embarcar no mesmo balão que caiu, mas devido a um atraso de 25 minutos, acabaram sendo direcionados a um voo diferente. “Quando chegamos ao local, descobrimos que teríamos que trocar de balão, pois o nosso grupo havia se perdido”, relata Giovanna. O casal deveria ter chegado ao ponto de decolagem às 5h, mas um erro no GPS os levou para o centro de outra cidade.
Uma experiência de turismo que virou tragédia
Após o passeio em um balão menor, o casal se despediu do dia com um sentimento de alegria, sem saber da tragédia que havia acontecido com seus companheiros de voo. Foi só durante a tarde que receberam ligações preocupantes de amigos e familiares, informando sobre o acidente. “Foi um choque receber a notícia. Fomos abençoados por nosso atraso, mas tristes pela perda dos outros passageiros”, disse Giovanna, explicando o misto de emoções que sentiu. Ela mencionou que, durante o voo de retorno, percebeu algumas irregularidades, mas não deu importância no momento.
Investigação e prisão do piloto
O piloto do balão, identificado como Fábio Salvador Pereira, foi preso e responderá por homicídio culposo e atividade irregular de balonismo. A polícia revelou que o piloto já havia sido acusado de irregularidades antes e que a empresa para a qual trabalhava, Aventurar, já tinha sido lacrada anteriormente, mas foi reaberta sob um novo registro de CNPJ.
O acidente ocorreu porque, segundo o piloto, uma rajada de vento inesperada fez com que ele perdesse o controle da aeronave. Entretanto, a Polícia Civil está investigando o depoimento de Fábio, já que todo piloto deve seguir normas de segurança e acompanhar as condições meteorológicas. “Alguns passageiros tentaram pular do balão antes do pouso”, acrescentou Fábio em seu depoimento.
Irregularidades na empresa de balonismo
De acordo com a Confederação Brasileira de Balonismo, a empresa Aventurar não possuía a documentação necessária para operar com o balão, e o piloto não tinha a licença correta para voos comerciais. As autoridades locais, junto com a confederação, estão se reunindo para discutir medidas administrativas contra a empresa e garantir a segurança em futuras operações.
A mulher que perdeu a vida no acidente foi identificada como Juliana Prado de Oliveira, uma psicóloga de 26 anos, que estava comemorando o Dia dos Namorados com o marido. A tragédia trouxe à tona questões sobre o turismo de aventura e a responsabilidade das empresas neste setor. Enquanto a comunidade lida com a dor da perda, o caso levanta preocupações sobre a segurança dos passageiros e a necessidade de regulamentação mais rígida em atividades como balonismo.
A estrutura do turismo de aventura no Brasil deve ser cuidadosamente revista para evitar que tragédias como essa se repitam. As autoridades estão sob pressão para garantir que os operadores cumpram todas as normas de segurança possíveis.
Ainda não se sabe quais medidas serão tomadas contra a empresa Aventurar. O caso continua a ser investigado e a comunidade espera por respostas e justiça.
O g1 continuará acompanhando a situação e fornecerá atualizações à medida que novas informações forem divulgadas.
Para mais informações sobre segurança em passeios de balão e outros destinos turísticos, consulte as autoridades locais e as associações especializadas.
