A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta terça-feira, sem restrições, a aquisição de 58% do capital social do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A decisão ocorre após análise de se a operação poderia ameaçar a concorrência nos segmentos em que as partes atuam.
Aprovação do Cade e próximos passos
A operação ainda depende da aprovação do Banco Central, que avalia a viabilidade econômica do negócio. Segundo o órgão antitruste, a participação conjunta das instituições nas áreas de atuação apresenta baixo risco ao ambiente concorrencial, com participação abaixo de 20% em mercados horizontais e 30% em verticais, limites considerados seguros.
Impacto no mercado e a posição do Banco Master
O Cade destacou que a operação “não tem o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial” e que, mesmo considerando o Grupo Carved-Out, as participações permaneceriam abaixo de 10% nos mercados analisados. O grupo, que inclui empresas não adquiridas pelo BRB, possui ativos que não representam risco relevante para a competição.
Contexto da aquisição e dificuldades do Banco Master
A operação entre BRB e Banco Master é cercada de polêmicas. O Banco Master, liderado por Daniel Vorcaro, adotou uma postura considerada agressiva pelo mercado, enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. Nos últimos anos, o banco realizou emissão de CDBs com retornos elevados, garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas possui ativos de liquidez limitada, como precatórios e participação em empresas.
Situação financeira do Banco Master
De acordo com balanço de 2024, o banco tinha R$ 12,4 bilhões em CDBs a vencer até o fim do ano e um patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões, com ativos totais de R$ 63 bilhões. Recentemente, Vorcaro vendeu R$ 1,5 bilhão em ativos ao BTG Pactual, uma operação considerada importante para garantir liquidez até a concretização da operação com o BRB, ainda em análise pelo Banco Central e pelo Cade.
Perspectivas e desafios futuros
Segundo estimativas do Banco Master, o perímetro da operação envolve cerca de R$ 30 bilhões em ativos, enquanto outros R$ 33 bilhões permanecem fora do escopo. O banco busca soluções para regularizar sua situação financeira, incluindo a injeção de recursos, e o avanço da fusão depende do aval final do Banco Central e do Cade.
A expectativa é que a conclusão definitiva do negócio possa contribuir para reequilibrar as finanças do Banco Master, além de fortalecer o banco público do Distrito Federal. O caso será acompanhado de perto pelo mercado financeiro e pelos órgãos reguladores.
Para mais informações, acesse a matéria completa no site do Globo.