Brasil, 17 de junho de 2025
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A eucaristia na espiritualidade franciscana: um chamado à partilha

A reflexão de Frei Fidêncio sobre a Eucaristia convida à reflexão e à solidariedade em um mundo que clama por paz.

A Eucaristia é um tema central na vida espiritual de São Francisco de Assis e continua a ser um ponto de reflexão significativa em nosso tempo. Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, em um recente artigo, destaca a importância desse sacramento na espiritualidade franciscana e como ele se relaciona com os desafios contemporâneos, especialmente em um mundo marcado pela pobreza e pela guerra.

A presença do Cristo Eucarístico na vida dos fiéis

Ao abordar a Eucaristia, Frei Fidêncio destaca a profunda ligação que São Francisco tinha com o Corpo e Sangue de Cristo. Francisco não viu apenas um ritual, mas uma presença viva e atuante entre os fiéis. Ele acreditava que o Senhor se faz presente diariamente através da Eucaristia, alimentando não apenas os corpos, mas também as almas dos que O acolhem.

Esse entendimento se torna ainda mais relevante no contexto do Ano Santo de 2025, quando a Igreja convida todos a refletir sobre a reconciliação e renovação espiritual. “Enquanto Peregrinos da Esperança”, os fiéis são chamados a redobrar seus esforços em acolher a Eucaristia, especialmente em um mundo repleto de conflitos e incertezas. A celebração da Eucaristia, portanto, não é apenas uma prática religiosa, mas um ato de resistência e esperança em tempos desafiadores.

A eucaristia e a fragilidade humana

O Franciscanismo enfatiza que a Eucaristia não deve ser vista apenas como um sacramento, mas como uma forma de vida. A simplicidade do pão e do vinho, transformados no Corpo e Sangue de Cristo, é um sinal poderoso da humildade divina. Frei Fidêncio lembra que, assim como Jesus se fez homem, Ele se faz presente de maneira humilde e acessível entre nós.

A relação de São Francisco com a Eucaristia era profundamente espiritual. Para ele, a Eucaristia representava a união entre o celestial e o humano, um convite à comunhão entre todos os seres. Este testemunho nos leva a contemplar como a Eucaristia deve nos mover para ações concretas em favor dos pobres e marginalizados em nossa sociedade.

Chamada à partilha e à ação social

A Eucaristia deve provocar em todos nós um senso de urgência para agir. Durante o Natal de 1224, em Greccio, São Francisco fez uma nova Belém, onde a celebração da Missa se tornava um ato de amor à humanidade. O que acontecia ali não era apenas simbólico, mas um renovado chamado à partilha. Frei Tomás de Celano relata que Francisco sonhava que no dia do Natal, todos — ricos e pobres — pudessem ser saciados, refletindo o coração do próprio Cristo.

Frei Fidêncio destaca que a prática da Eucaristia envolve compromisso com a justiça social. Em suas reflexões, ele menciona que, ao nos alimentarmos do corpo de Cristo, somos chamados a viver a solidariedade, estendendo a mão aos que têm fome física e espiritual. O “pão nosso de cada dia”, como Francisco o introspectivamente traduz, deve ser um clamor por justiça e amor no cotidiano.

A eucaristia e a dignidade humana

A Eucaristia é, portanto, um convite à dignidade. O valor que Francisco atribuiu ao sacerdote e sua mediadora função na consagração do pão e vinho nos relembra que todos têm um papel a desempenhar na construção de um mundo mais justo. A Eucaristia deve nos mover para a ação, como recorda Frei Fidêncio, inspirando-nos a buscar um mundo onde o pão nunca falte na mesa dos pobres.

Finalizando sua reflexão, Frei Fidêncio traz à tona um relato edificante de um episódio no mosteiro de São Damião, onde, mesmo diante da escassez, Deus multiplicou o pão, reforçando a ideia de que, quando partilhamos, a graça divina se manifesta. Este testemunho nos mostra que a Eucaristia deve nos impulsionar a práticas de generosidade e amor ao próximo, especialmente em tempos de necessidade.

Conclusão: um apelo à transformação

A mensagem de Frei Fidêncio é clara: o chamado à Eucaristia é também um convite à transformação interior e à ação social. Ao celebrarmos este sacramento, não nos esqueçamos de que ele é um impulso para vivermos plenamente a espiritualidade franciscana, que clama por um mundo mais eucarístico. Assim, ao partilhar o “pão nosso de cada dia”, nos unimos ao chamado de Francisco para que o amor e a solidariedade sejam banhados na essência desse mistério que é a Eucaristia.

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