Na semana passada, Zoe Saldaña causou repercussão ao afirmar, durante a divulgação de seu novo filme Elio, que seu Oscar “é neutro em termos de gênero” e “segue por eles/delas”. A declaração reacendeu a discussão sobre a ausência de posicionamento de Saldaña acerca dos direitos trans, especialmente após seu papel na polêmica do filme Emilia Pérez, que aborda a história de uma líder trans mexicana.
Reação do público e críticas à falta de posicionamento
Desde a premiação, meses atrás, a atriz não comentou publicamente sobre os direitos trans. A escolha de Boris de não abordar esses temas durante seu discurso gerou insatisfação entre ativistas e fãs, que esperam que figuras públicas usem suas plataformas para promover maior conscientização. “Ela teve diversas oportunidades para falar sobre os ataques aos direitos trans, mas parece que preferiu se omitir”, disse uma usuária no Twitter.
O filme Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard e estrelado por Karla Sofía Gascón, gerou controvérsia por sua representação da experiência trans. Organizações como a GLAAD chegaram a classificar a produção como um “recuo na representação trans”, alegando que ela reforça estereótipos prejudiciais que persistem na sociedade.
Declaração de Zoe Saldaña sobre o Oscar e o ativismo trans
Nesta semana, durante a estreia de Elio em Los Angeles, Zoe comentou sobre sua conquista, afirmando que seu Oscar “é gênero fluido” e “segue por eles/delas”.
“Temos na minha cadeira, e meu Oscar é não binário, é trans”, explicou a atriz. No entanto, sua fala recebeu críticas por não relacionar sua conquista ao enfrentamento de questões urgentes do movimento trans. “Ela nada disse sobre os ataques às comunidades trans durante sua aceitação; só falou de forma superficial meses depois”, afirmou uma comentarista no Reddit.
Repercussões e preocupações atuais
Especialistas e ativistas argumentam que declarações vagarosas como essas pouco contribuem para a luta por direitos trans. “É preciso mais do que palavras vazias para apoiar a comunidade”, indica a ativista Ana Martins.
Enquanto isso, a controvérsia sobre Emilia Pérez reflete uma problemática maior na indústria cinematográfica, que frequentemente fracassa ao retratar a diversidade de forma autêntica, como destacou a organização GLAAD. “O filme perpetua clichês e não apresenta uma representação realista”, afirmou uma representante da entidade.
Próximos passos e esperança de mudança
De acordo com fontes próximas à produção, equipes de campanha e representantes de artistas devem reforçar o posicionamento na próxima premiação do Oscar, prevista para março de 2025. Muitos aguardam que figuras públicas usam seu alcance para promover mudanças verdadeiras na sociedade.
O debate sobre o papel de celebridades no ativismo social continua, sendo essencial que a comunidade artística assuma uma postura mais transparente e responsável frente às questões de direitos humanos, especialmente em tempos de polarização política.