Brasil, 16 de junho de 2025
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Sofrimento e esperança: a realidade dos civis em Mianmar

A guerra civil em Mianmar continua a devastar vidas, deixando civis em situação desesperadora. O clamor por paz ecoa nas vozes da Igreja local.

A guerra civil em Mianmar, que se estende por mais de quatro anos, impõe um sofrimento extremo à população civil, especialmente em regiões como Sagaing. O padre Peter Sein Hlaing Oo, vigário geral da Arquidiocese de Mandalay, compartilhou um retrato angustiante da realidade vivida pelos habitantes daquela área, que enfrenta bombardeios incessantes e um cenário de destruição.

A devastação em Sagaing

O padre Peter Sein, em entrevista à Agência Fides, enfatizou que “muitas aldeias estão agora desertas ou reduzidas a escombros devido aos contínuos bombardeios”. Ele destaca que as pessoas indefesas em Sagaing não sabem onde encontrar refúgio. O impacto devastador do conflito é sentido nas igrejas e paróquias católicas da região, que enfrentam enormes dificuldades.

“Toda a área está em séria crise. Temos fiéis tanto nas zonas controladas pelo regime quanto naquelas sob controle da resistência. Há quem viva bem no meio do fogo cruzado”, lamentou o vigário, que tem testemunhado a coragem dos sacerdotes e voluntários em ajudar a população vulnerável. “Nossos sacerdotes, com os consagrados e catequistas, realizam serviços sociais em áreas muito perigosas, oferecendo um vislumbre de esperança à população”, acrescentou.

Apoio espiritual em meio à adversidade

A Igreja local tem se mantido firme em oferecer apoio espiritual. “Continuamos a rezar todos os dias e a oferecer intenções nas Missas e vigílias de oração pela paz e pelo futuro da nação”, afirmou Padre Peter. Sua devoção e a de seus colegas é um testemunho de resiliência em meio a um contexto de constante incerteza, que também é agravado pelos efeitos de eventos naturais, como terremotos.

Um apelo por paz do Papa

Recentemente, o Papa Leão XIV fez um apelo pela paz durante o Angelus, destacando a necessidade urgente de diálogo em meio a tantos conflitos armados. Ele ressaltou o sofrimento dos civis em Mianmar, ecoando as vozes dos que estão vivendo dias de provação. “É importante lembrar que, mesmo em meio ao sofrimento, não estamos sozinhos”, disse o padre, que agradece ao Papa por suas palavras e pela atenção ao sofrimento da população.

A dor da perda e o desejo de esperança

Joseph Kung, um leigo católico de Yangon, observa com preocupação a destruição das infraestruturas civis, especialmente escolas, onde muitos alunos têm sido vítimas de ataques. “A dor é imensa, especialmente após o massacre na aldeia de Oe Htein Kwin, onde 20 estudantes e dois professores foram mortos em um ataque aéreo”, enfatiza kung, refletindo sobre a perda de vidas jovens que apenas desejavam continuar seus estudos.

Regiões mais afetadas pelo conflito

As regiões de Sagaing, Rakhine, Chin e Kachin enfrentam intensa luta e perda. As dioceses de Bamaw e Myitkyina, localizadas no Estado de Kachin, relatam uma contínua destruição de aldeias e o deslocamento de civis, que buscam por segurança em meio ao caos. Joseph Kung ressalta que, apesar de todo sofrimento, as vozes que clamam por paz são alimentadas pela esperança. “Quando o Papa menciona Mianmar, isso nos dá esperança”, afirmou.

A fé como pilar em tempos difíceis

A resistência da população, muitas vezes marcada pela dor e a incerteza, é sustentada pela fé. “Estamos cansados e atormentados, mas colocamos nosso sofrimento nas mãos de Deus e da Virgem Maria”, conclui Kung, destacando a importância da espiritualidade e da união do povo em busca de um futuro de paz.

À medida que o conflito se arrasta, o clamor por paz e diálogo continua. A solidariedade da comunidade internacional e a atenção ao sofrimento dos civis se tornam fundamentais para que, um dia, Mianmar possa vislumbrar um futuro de tranquilidade e prosperidade.

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