Brasil, 16 de junho de 2025
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Reputação digital passa a ser construída por algoritmos, e não mais apenas pelas buscas no Google

O que as IAs dizem sobre você? A nova fronteira da reputação digital já começou

Com a ascensão das inteligências artificiais generativas e dos assistentes de voz, a reputação digital está passando por uma transformação sem precedentes. Segundo a consultoria Gartner, até 2026 o uso de buscadores tradicionais poderá ser reduzido em até 25%, dando lugar a sistemas mais inteligentes e interativos.

Essa mudança de paradigma está no centro da análise de Renan Bulgueroni, CEO da Hawkz, empresa especializada em reputação digital no Brasil e na Espanha. Para ele, a forma como nossa imagem online é construída e percebida não depende mais exclusivamente do que aparece nas primeiras páginas do Google, mas do que é processado e interpretado por assistentes e modelos de linguagem.

“Essas tecnologias não apenas moldam a nossa percepção, mas respondem à essência do comportamento humano: buscar segurança, sentido e clareza nas relações”, explica Bulgueroni. “Se antes usávamos o Google como um oráculo moderno, hoje o oráculo responde em tempo real, com contexto e linguagem natural.”

A neurociência por trás da busca por informações

O hábito de “dar um Google” pode parecer um comportamento moderno, mas tem raízes profundas. Segundo Bulgueroni, esse padrão está ligado à busca ancestral por previsibilidade e segurança — necessidades que hoje são supridas com um simples comando de voz.

Seja para contratar um profissional, escolher uma empresa ou iniciar um relacionamento, as pessoas buscam na reputação digital um filtro para validar suas decisões. “O LinkedIn mostra o que o candidato quer exibir. O Google mostra tudo: processos, menções, redes sociais. Isso virou parte da triagem dos RHs e da vida social”, afirma o especialista.

Dos buscadores às assistentes: a mudança na forma de consultar informações

Com a integração de inteligência artificial nos principais assistentes de voz, a jornada da busca por informações está sendo redesenhada. A Apple reformula a Siri com o projeto Apple Intelligence, a Alexa passa a operar com modelos como o Claude, e o Google Assistente se funde ao Gemini.

A estrutura da busca se transforma em um novo fluxo:

  1. O comando de voz é emitido (ex: “pesquisar sobre fulano”);
  2. A IA generativa (como GPT-4 ou Gemini) é ativada;
  3. O modelo consulta diversas fontes online;
  4. A resposta é entregue com contexto e linguagem natural.

Esse processo reduz drasticamente o esforço necessário para obter respostas. Segundo Bulgueroni, quanto menor o esforço cognitivo, maior a probabilidade de o comportamento se repetir — o que fortalece o hábito de buscar e confiar na primeira resposta recebida, agora gerada por IA.

Presença digital precisa ser gerida como um ativo estratégico

Nesse novo ecossistema, apenas estar bem posicionado no Google já não é suficiente. A reputação digital precisa ser compreendida como um ativo estratégico, continuamente monitorado e gerenciado para ser lido corretamente pelos algoritmos.

“O esforço mínimo traz a recompensa máxima: respostas rápidas, claras e embasadas. Mas isso também significa que a sua reputação será construída e distribuída por robôs, em escala, com base no que eles encontram (ou não) sobre você”, alerta Bulgueroni.

A tendência mostra que, cada vez mais, nossa imagem pública será uma mistura entre quem somos e como os sistemas inteligentes nos compreendem. Em um cenário dominado por algoritmos e assistentes conversacionais, gerenciar a presença digital torna-se tão importante quanto gerenciar a própria carreira.

Como se destacar em um ambiente mediado por algoritmos

Com a transformação digital avançando rapidamente, a recomendação dos especialistas é clara: empresas e indivíduos devem investir na construção ativa de sua presença online. Isso inclui monitoramento de menções, otimização de conteúdos e resposta estratégica a crises de imagem.

O futuro da reputação digital já começou — e ele é moldado pela inteligência artificial.

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