A expectativa é alta para a participação do Fluminense no Mundial de Clubes, que começa nesta terça-feira, com a estreia contra o Borussia Dortmund. O técnico Renato Gaúcho adotou uma postura cautelosa, especialmente após a recente perda do jogador Soteldo. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, Renato discutiu a importância de gerenciar o retorno de atletas lesionados, como Germán Cano, e a estratégia a ser utilizada durante a competição.
A gestão dos jogadores recuperados
Renato Gaúcho reconheceu que alguns atletas, apesar de recuperados de suas lesões, ainda buscam reassumir o ritmo de jogo. Durante a conversa, ele enfatizou a necessidade de cuidado ao escalar jogadores que voltaram recentemente, citando a importância do tempo em campo para a readaptação:
— A gente está tirando os jogadores do departamento médico, mas eles estão há muito tempo parados. O que faz falta para o jogador de futebol é ritmo do jogo. — disse o técnico. — Fiz um jogo-treino aqui, mas isso é muito pouco. Jogador readquire o ritmo jogando. É uma competição muito difícil, e eu tenho que soltar os caras aos poucos. Se eu entrar com os caras a meia bomba, vou ser atropelado.
Ele também mencionou a importância da comunicação com os atletas, em especial Ganso, com quem já conversa sobre a escalação em determinadas partidas:
— Eu gosto de conversar e dar satisfação ao jogador. Explicar porque, de repente, ele não vai jogar aquele jogo. Ele entende e, quando joga, acrescenta bastante. — completou Renato.
A importância do Mundial
Sobre seu retorno ao Fluminense e a participação no Mundial, Renato expressou seu entusiasmo, citando sua experiência anterior no Grêmio:
— É um privilégio muito grande estar aqui no Fluminense e ter a oportunidade de disputar esse torneio. Sinto-me um cara privilegiado por ter voltado numa época muito boa.
Ele destacou ainda a falta de comparações entre a liga brasileira e os clubes europeus, especialmente em termos de poder financeiro. Para Renato, a competição é uma oportunidade de desafiar esses clubes, independetemente das circunstâncias:
— Os clubes brasileiros como Flamengo e Palmeiras têm mais recursos, sim, mas dentro de campo, são 11 contra 11. Não vejo essa diferença.
Preparação para a estreia contra o Borussia Dortmund
Em relação à partida contra o Borussia Dortmund, Renato garante que o foco deve estar em como o Fluminense se prepara, e não na força do adversário:
— A minha postura, eu não quero saber com quem eu vou jogar. O importante é da maneira que eu preparo o meu time. Sempre respeitarei o adversário, mas o Fluminense vai entrar para ganhar — frisou. — Hoje em dia não existe mais jogo fácil, então temos que nos preparar bem.
Ele também comentou sobre a responsabilidade de seus atletas durante o torneio, destacando que devem encarar cada jogo com a confiança necessária:
— Pode ser favorito, mas dentro do campo é totalmente diferente. Vamos respeitar todos os adversários, mas temos condições de ganhar também.
Expectativas para o futuro no Mundial
Renato projetou o futuro do Fluminense na competição, destacando que o primeiro objetivo é classificar para a próxima fase, mas sem se iludir:
— Sabemos que muitas equipes grandes podem ficar para trás já na primeira fase. A nossa missão é conseguir a classificação, agora vamos em busca do resultado positivo.
Com uma história rica no Fluminense e a experiência adquirida ao longo da carreira, Renato Gaúcho se mostra otimista, mas consciente das dificuldades que virão pela frente neste importante torneio internacional. À medida que a competição avança, a expectativa e a confiança da torcida aumentam, ao passo que a equipe se dirige para a estreia com determinação e cautela.