Brasil, 16 de junho de 2025
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Massacre de até 200 cristãos na Nigéria marca pior ataque na região

Militantes Fulani mataram até 200 pessoas, muitas delas deslocadas internas, em ataque brutal na cidade de Yelewata, Benue.

Na recente sexta-feira (13), militantes islamistas Fulani invadiram a cidade de Yelewata, no estado de Benue, na Nigéria, e provocaram a morte de até 200 cristãos, de acordo com organizações humanitárias internacionais. A tragédia ocorre em um momento de aumento na violência contra comunidades cristãs no país.

Detalhes do massacre e intervenção polarizada

Segundo informações da Aid to the Church in Need (ACN), os agressores invadiram o local com cânticos de “Allahu Akhbar” antes de incendiar abrigos de famílias deslocadas e atacar com armas brancas quem tentava fugir. “O que testemunhei foi brutal: pessoas sendo massacradas e corpos espalhados por toda parte”, relatou o padre Ukuma Jonathan Angbianbee, que esteve na cena do ataque e escapou por pouco mais cedo. Os militantes atacaram o povo de diferentes ângulos, usando até chuvas fortes como cobertura.

O padre afirmou que o ataque inicial foi contra a Igreja de São José da cidade, que acolhia cerca de 700 deslocados, mas que as forças de segurança só chegaram às primeiras horas do dia seguinte. “Por quê ficaram imóveis enquanto precisávamos deles?”, questionou. O levantamento atualizado da Diocese de Makurdi aponta que o número de mortos chegou a 200, tornando-se o pior episódio de violência na região em anos.

Contexto de violência contra cristãos na Nigéria

Políticos locais e observadores criticam a inação do governo nigeriano diante de uma escalada de ataques. Um sacerdote da Diocese de Makurdi afirmou que a demora na chegada das forças de segurança agravou ainda mais a tragédia. “Sem a presença da polícia, os criminosos tiveram liberdade total para atuar”, declarou. O Papa Leo XIV condenou a violência e pediu orações por paz e justiça na região.

Os ataques já resultaram na morte de mais de 170 cristãos somente durante o período da Quaresma e Semana Santa, principalmente na região do Centro-Oeste do país. Segundo fontes locais, o aumento da violência tem tentado expulsar comunidades religiosas de suas terras e alimentar uma crise humanitária de larga escala.

Implicações e perspectivas futuras

Especialistas alertam que a violência organizada e a impunidade têm alimentado um ciclo de violações aos direitos humanos na Nigéria. A recente tragédia reforça o risco de um exército de deslocados internos, com comunidades inteiras vivendo sob ameaça constante. Organizações internacionais continuam pressionando o governo para uma resposta mais eficaz e mais proteção às minorias religiosas.

Até o momento, a resposta das forças de segurança permanece insuficiente. O governo foi criticado por não agir rapidamente, o que permitiu uma escalada nos ataques e na brutalidade. A esperança é que as recentes condenações internacionais e a pressão local possam abrir caminho para ações concretas de paz e segurança nas áreas mais afetadas.

Madalaine Elhabbal

Madalaine Elhabbal é repórter da Catholic News Agency, baseada em Washington, D.C.

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