Brasil, 16 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Jovem trans detido por usar banheiro: história de Luca chocou o país

No dia 16 de maio, Luca Strobel, um homem trans de 25 anos, viveu uma experiência traumatizante na Carolina do Sul, que veio à tona nas redes sociais e reacendeu debates sobre os direitos das pessoas transgênero. Luca foi detido após usar o banheiro feminino de um bar, sob acusação de estar no local errado, em uma situação que ele descreve como humilhante e violenta.

Incidente e agressões: relato de Luca sobre a violência policial e discriminação

Durante a visita ao bar para ser motorista de uma amiga, Luca percebeu que precisava usar o banheiro e, por terem apenas mictórios no masculino, optou pelo banheiro feminino. Segundo ele, a situação se complicou quando o proprietário do bar entrou na cabine enquanto ele urinava e começou a gritar, acusando-o de estar no local errado com linguagem ofensiva e anti-trans.

Após o episódio no banheiro, Luca afirma que foi expulso do estabelecimento sob insultos e ofensas. Ainda na rua, foi abordado por policiais, que o prenderam sob acusação de resistência e envolvimento em briga — versões que Luca refuta veementemente. “Fui tratado com força, as algemas apertaram até não sentir meus dedos, e os policiais me chamaram de ‘menina’ várias vezes”, relata.

Levaram Luca à delegacia, onde ele afirma que não lhe leram seus direitos nem fizeram perguntas claras. Depois de pagar uma fiança de R$ 2.500, ele aguarda julgamento, enquanto uma campanha de arrecadação tenta ajudá-lo a fugir do Estado por questões de segurança.

Como o contexto legal favorece a discriminação contra trans em Carolina do Sul

A Carolina do Sul não possui legislação específica que regula o uso de banheiros públicos com base na identidade de gênero. No entanto, o estado é um dos sete que banem o uso de banheiros por pessoas trans, de acordo com o mapa da Newsweek. Em locais como escolas, por exemplo, pessoas trans podem ser obrigadas a usar o banheiro correspondente ao sexo de nascimento.

Além disso, Carolina do Sul é representada por figuras como a deputada Nancy Mace, que propôs um projeto de lei que proíbe trans de utilizarem banheiros de acordo com sua identidade em propriedades federais, reforçando o clima de hostilidade. “O Estado reforça leis que criminalizam a nossa existência pública”, comenta Luca.

Consequências físicas e emocionais do episódio

Luca relata que a violência física e emocional ainda perdura após o acontecido. “Estou em choque. Meu corpo dói, tenho hematomas, e senti ansiedade apenas de pensar nisso tudo”, desabafa. A experiência também gerou medo e insegurança, levando-o a criar uma campanha no GoFundMe para buscar uma nova moradia.

Reflexão e esperança de mudança

Ao falar sobre o episódio, Luca reforça que suas ações de denúncia buscam expor contradições de políticos que tentam controlar o cotidiano de pessoas trans. “Não pretendia fazer uma declaração, mas agora percebo que foi necessário. Quero lutar por um lugar onde possa ser quem sou sem medo”, afirma.

Ele também compartilha sua trajetória de autoconhecimento, destacando que a transição foi fundamental para sua felicidade. “Ver meu corpo refletido como realmente sou foi a maior vitória da minha vida. Minha vida depende de sermos vistos e respeitados”, afirma.

Mensagem para a sociedade e próximos passos

Luca termina com um apelo a quem ainda não compreende a gravidade do preconceito contra trans. “Basta olhar os locais com banheiros neutrais para perceber que o problema nunca foi o banheiro, mas o medo de nossa existências públicas. Nós continuamos aqui, e a luta é por isso”, conclui.

A história de Luca evidencia a urgência de políticas mais inclusivas e o combate às violações de direitos, enquanto reforça a necessidade de empatia e respeito pela diversidade.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes