Na noite de recente, a capela de São Francisco, localizada na paróquia de São Pedro de Curacautín, sofreu um violento incêndio, o segundo em menos de um ano. O ato criminoso resultou na total destruição do local, que já havia enfrentado outro incêndio em 2023 e sido reconstruído pela comunidade local.
Solidariedade da Diocese de Temuco
Em um comunicado, a Diocese de Temuco expressou seu “profundo pesar” pela destruição da capela de São Francisco, ressaltando a importância do espaço tanto para a comunidade católica quanto para toda a população de Radalco. O bispo, dom Jorge Concha Cayuqueo, fez um apelo à comunidade para se unir em oração pela paz. “O incêndio na capela de São Francisco representa um grave dano à vida da comunidade cristã e da população local”, afirmou.
A capela, que servia como um importante ponto de encontro e culto, também prestava assistência a todos, independentemente de sua crença religiosa. O pároco de Curacautín, Pe. Víctor Núñez, lamentou a perda, afirmando que a comunidade havia trabalhado arduamente para reconstruir a capela após o primeiro incêndio. “Hoje, mais uma vez, sofremos a perda total. Mas confiamos na fé”, declarou.
O contexto do conflito na Araucanía
A região de Temuco está situada no coração do chamado “conflito mapuche”, um embate histórico entre as comunidades indígenas mapuches e o Estado chileno. As raízes desse conflito estão ligadas a problemas relacionados à terra, autonomia e cultura indígena. Em meio a esse cenário, atos de violência como o incêndio da capela intensificam a tensão e o sofrimento nas comunidades afetadas.
Apelo por paz e unidade
O comunicado da diocese termina com um contundente apelo à paz, pedindo que todos elevem suas vozes contra a violência. “Convidamos toda a comunidade diocesana e todas as pessoas de boa vontade a se unirem em oração por nossos irmãos e irmãs de Radalco, pela paz na Araucanía e pelo respeito mútuo que nos permite viver juntos em fraternidade. Que São Francisco de Assis, padroeiro desta capela, interceda por sua comunidade e nos inspire com seu espírito de paz, reconciliação e amor por toda a criação”, conclui o texto.
Este trágico incidente não apenas marca mais um capítulo de violência na região, mas também expõe a necessidade urgente de diálogo e entendimento entre as partes envolvidas no complexo contexto social e político do Chile.
A destruição da capela de São Francisco é um triste lembrete do impacto que a violência tem sobre as comunidades. Com a força da fé e a solidariedade, a população de Curacautín espera poder reconstruir não apenas a estrutura física, mas também os laços de união e paz que caracterizam sua convivência histórica.
À medida que o luto toma conta da comunidade, fica claro que a regeneração espiritual e social será essencial para curar as feridas deixadas por este tragédia.
Esse luto não é apenas pela perda do espaço sagrado, mas também pela dor e divisão que a violência perpetua em uma sociedade já marcada por tensões. O futuro de Curacautín depende, agora, da capacidade de seus habitantes de se unirem, elevando suas vozes não apenas em oração, mas também em busca da paz e da reconciliação.
Na esperança de que a memória da capela de São Francisco continue viva nos corações dos fiéis, a luta pela paz e a busca por entendimento entre as comunidades devem prevalecer.
