No último dia 16, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou que a greve dos professores da rede pública é ilegal, reafirmando a posição já anunciada anteriormente. A categoria, que iniciou a paralisação no dia 2 de junho, decidiu, em assembleia, manter a greve e seguir com os protestos. As tensões entre o governo e os educadores aumentam à medida que os professores buscam melhorias salariais e de condições de trabalho.
A resposta do governador sobre a greve
Enquanto a greve continua, o governador Ibaneis Rocha optou por não comentar mais sobre o assunto, incluindo a recente utilização de spray de pimenta pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) contra professores durante os protestos. O governador já havia falado sobre as consequências financeiras da greve, anunciando que fará o corte de ponto dos professores grevistas e que não haverá reajuste para nenhuma categoria no ano de 2025. “Vamos ver quantos dias eles vão aguentar”, disse o governador em uma declaração anterior.
Legalidade da greve e decisões judiciais
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) já havia declarado a greve como ilegal, impondo uma multa diária de R$ 1 milhão ao Sindicato dos Professores (Sinpro). No entanto, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a multa, considerando-a “desproporcional”, mas manteve a ordem de fim imediato da greve, além de permitir o corte de ponto para os professores.
Em nova decisão, o TJDFT voltou a aplicar uma multa de R$ 300 mil para cada dia de greve, reiterando a posição sobre a abusividade da paralisação. Essa corrente de acontecimentos gerou reações intensas de ambos os lados, refletindo um cenário de conflitos entre o governo e o movimento grevista dos educadores.
Protestos e confrontos com a polícia
Na quarta-feira, dia 11 de junho, a assembleia dos professores aconteceu no gramado do Eixo Monumental em Brasília, onde a decisão de manter a greve foi reiterada. Após a assembleia, uma marcha foi organizada com direção à sede da Secretaria de Educação, localizada no shopping ID. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram momentos de confronto entre os professores e a polícia, com a PM usando spray de pimenta para sufocar a entrada dos docentes na Secretaria.
Esses confrontos não só aumentaram a tensão como também chamaram a atenção da população e da mídia, gerando discussões sobre a forma como a polícia tem lidado com as manifestações no DF. Um vídeo em particular, que viralizou nas redes sociais, capturou o momento em que uma policial disparou spray de pimenta diante de uma professora que estava se opondo à sua ação.
Reivindicações dos professores
Os professores da rede pública do DF vêm levantando uma série de reivindicações que incluem:
- Reajuste salarial de 19,8%
- Valorização dos professores temporários quando efetivados, para que possam utilizar o tempo de serviço para o enquadramento nos padrões salariais
- Ampliação do percentual de aumento a cada mudança de padrão
- Valorização da progressão horizontal (especialização, mestrado e doutorado), aumentando os percentuais de aumento salarial
De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, das 713 escolas públicas, 102 aderiram à greve de forma integral, enquanto outras seguem com funcionamento parcial, com adesão de alguns servidores ao movimento.
O futuro da greve e o impacto na educação
A continuidade da greve e as ações do governo vão impactar consideravelmente a educação pública no Distrito Federal. Para muitos professores, a luta não se resume apenas ao reajuste salarial, mas sim à valorização do trabalho docente e à melhoria das condições de ensino. A situação reflete um momento crítico onde o diálogo entre o governo e os educadores será vital para encontrar uma solução justa e pacífica.
Aguardamos os próximos passos dessa negociação e os desdobramentos sobre a greve dos professores que se arrasta no DF, impactando não somente a vida dos educadores, mas também dos alunos e suas famílias.
Para mais informações sobre a situação atual da greve, acesse o portal g1.