A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se reuniram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta segunda-feira, horas antes da votação da urgência do projeto que susta o aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF). O encontro ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara, buscando articular a estratégia contra o aumento de impostos.
Da resistência ao aumento do IOF na Câmara
Segundo fontes próximas ao governo, a votação da urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) visa medir a temperatura da Casa sobre as medidas fiscais anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em resposta ao reajuste do IOF. Para que o projeto seja apreciado, é preciso que pelo menos 257 deputados votem a favor — o que permite que a análise seja feita diretamente no plenário, sem passar pelas comissões, acelerando o processo legislativo.
De acordo com Hugo Motta, o clima na Câmara não é favorável ao aumento de impostos com fins arrecadatórios. “O Colégio de Líderes decidiu pautar a urgência do PDL que susta os efeitos do novo decreto do governo que trata do aumento do IOF. O sentimento, nos bastidores, é de que a pressão política contra o aumento é grande”, afirmou o presidente da Câmara na última quinta-feira, ao comentar a decisão.
Reações e próximos passos
A votação da urgência acontecerá ainda nesta segunda, mas o mérito do projeto, ou seja, a votação do conteúdo, não deverá ocorrer nesta semana. O governo trabalha para conter a reação negativa do Congresso, especialmente por meio de negociações que envolvem pagamentos de emendas parlamentares nos próximos dias, buscando equilibrar a crise política gerada pelo aumento tributário.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Hugo Motta e outros líderes políticos no Palácio do Alvorada. O encontro contou também com Gleisi Hoffmann, Rui Costa e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, relator do projeto de aumento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de R$ 5 mil. A conversa durou cerca de uma hora e teve o objetivo de consolidar a estratégia contra o aumento do IOF.
Impactos políticos e econômicos
O Palácio do Planalto busca uma saída política para o impasse, enquanto parlamentares de oposição e partidos de centro denunciam que o aumento do IOF prejudica a arrecadação e a retomada econômica. Analistas avaliam que a resistência na Câmara evidencia o fragor do conflito entre o governo e o Congresso sobre medidas fiscais.
Para acompanhar essa tramitação, ministros e lideranças continuam mobilizados, com a expectativa de que o alinhamento político possa evitar uma derrota do governo na votação da urgência.
Mais detalhes sobre o andamento do projeto podem ser acompanhados na fonte oficial.