Segundo o “Digital News Report 2025”, divulgado nesta segunda-feira, os chatbots baseados em inteligência artificial, como o ChatGPT, estão sendo utilizados como fontes de informação, especialmente pelos mais jovens. A pesquisa, realizada pela empresa YouGov com 97 mil pessoas em 48 países, incluindo Brasil, Argentina e Colômbia, revela uma mudança significativa no consumo de notícias.
Inteligência artificial como ferramenta de informação
O estudo destaca que, embora o uso semanal de IA para obter informações seja ainda “relativamente baixo” globalmente (7%), essa proporção cresce entre os jovens, chegando a 12% entre os menores de 35 anos e 15% entre os menores de 25. A diretora do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, Mitali Mukherjee, resume o cenário: “Os chatbots com IA estão sendo utilizados pela primeira vez como fonte de informação”.
O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, se destaca como a ferramenta mais utilizada na ocasião, superando também outros modelos como o Gemini do Google e o Llama da Meta. Entre os usos mais valorizados, estão a personalização de informações, como resumos de artigos (27%), traduções (24%) e recomendações de conteúdo (21%).
Desafios e receios no uso de IA para notícias
Apesar do crescimento no interesse, há preocupações quanto à confiabilidade dessas informações. Muitos entrevistados manifestam ceticismo quanto à precisão das respostas geradas por IA, temendo que notícias produzidas por esses sistemas sejam menos transparentes e confiáveis. Além disso, há relatos de respostas falsas e distorções, incluindo casos em que a IA tenta inventar ou alterar fatos históricos, como a memória do Holocausto, alertam especialistas.
A questão da credibilidade se soma ao medo de manipulação e à baixa confiança nos veículos tradicionais de comunicação. A pesquisa do Instituto Reuters indica que a propagação de informações por IA também tem facilitado estratégias de políticos como Donald Trump e Javier Milei, que usam essas novas plataformas para driblar os meios convencionais.
Impactos e perspectivas futuras
Segundo o estudo, o uso de IA para obter notícias deve crescer à medida que as próprias plataformas evoluem. No entanto, a maioria das pessoas ainda prefere que interesses humanos continuem a desempenhar papel central na curadoria de notícias, por questões de transparência e confiabilidade. Os meios de comunicação estão adotando diferentes estratégias para lidar com essa nova realidade, incluindo acordos com empresas de IA e ações legais sobre direitos autorais.
O relatório reforça que, apesar do potencial da inteligência artificial na disseminação de informações, há necessidade de regulamentos mais rígidos e de maior transparência para garantir a credibilidade no campo jornalístico, ante o risco de disseminação de notícias falsas e de distorções históricas.
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