Brasil, 17 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Câmara aprova urgência para derrubar decreto do IOF

Com 346 votos favoráveis, projeto que revoga aumento do IOF avança, desafiando o governo Lula em meio a impasses fiscais.

Em mais um capítulo das tensões entre o Legislativo e o Executivo, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto que busca derrubar o decreto que reajustou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação, que contou com a participação de mais de 60% dos votos favoráveis oriundos de partidos da própria base governista, é um sinal claro do descontentamento em relação à medida proposta pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Aprovação da urgência e votação

O requerimento que pedia a urgência na apreciação do projeto foi aprovado com 346 votos a favor e 97 contra. Não há, até o momento, uma data definida para a votação do mérito da matéria, que se insere em um contexto de impasses e negociações entre os dois poderes em decorrência do aumento das alíquotas do IOF.

Atualmente, o governo enfrenta críticas tanto do mercado quanto de setores do próprio Congresso Nacional, que se sentiram incomodados com a elevação do imposto, anunciada no final de maio, que visava arrecadar adicionais R$ 20 bilhões para alcançar a meta fiscal do ano. Diante da pressão, foram desenvolvidas estratégias para contornar a insatisfação, mas a recente votação demonstra que a confiança da base governista está em xeque.

Partidos que apoiaram a urgência

Os partidos que formam a base de apoio do governo e que contribuíram para a aprovação da urgência incluem o União Brasil, o Partido Social Democrático (PSD), os Republicanos, o Partido Progressistas (PP), o MDB e o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Apesar de lotarem cadeiras ministeriais no governo Lula, muitos desses partidos têm núcleos que atuam como oposicionistas, revelando um panorama de divergências internas.

A lista dos votos a favor revela a seguinte distribuição:

  • União Brasil: 55 votos favoráveis
  • PSD: 40
  • Republicanos: 39
  • PP: 39
  • MDB: 34
  • PSB: 4

Contexto político e fiscal

Nos últimos dias, o presidente da Câmara, Hugo Motta, esteve em diálogos com o presidente Lula e membros do governo para discutir novas medidas fiscais. Antes da votação, Motta expressou a expectativa de que o governo se comprometesse a apresentar propostas mais robustas para cortar despesas, embora não tenha recebido garantias de uma revisão do decreto de reajuste do IOF.

“A votação de hoje é um recado simbólico ao governo sobre o clima entre os deputados. Acredito que o governo está compreendendo essa mensagem”, afirmou Motta, enfatizando a importância dessa mobilização do Congresso.

Rejeição ao pacote fiscal

Diante da resistência que a alta do IOF provocou, o governo Lula tentou amenizar a questão propondo um pacote fiscal que alteraria as alíquotas e buscaria alternativas de arrecadação. Porém, a proposta não encantou os deputados, que estão divididos, resultando em imensos desafios para a governabilidade.

A pressão sobre o governo aumentou após o recuo de Motta em relação ao que inicialmente considerou um “encontro histórico” com os ministros. Ele agora critica o pacote fiscal apresentado, sinalizando que a desconfiança na capacidade do governo de atravessar essa crise está se intensificando.

Com isso, a oposição, captando apoio de membros da base, tem buscado reverter a alta do IOF através de uma proposta de decreto legislativo, o que reforça a fragilidade do contexto político atual no Brasil.

A Câmara, em decisão estratégica, agendou a discussão sobre a urgência do projeto que visa anular a elevação das alíquotas do IOF, mesmo após as recuos por parte da Fazenda.

Diante desse cenário conturbado, ficam em destaque as incertezas e cobranças à administração de Lula, que agora se vê desafiada a responder não apenas ao congresso, mas à dinâmica econômica e às expectativas da sociedade.

Com a situação ainda instável, as próximas sessões promulgam um papel crucial para entender como o Brasil se desenhará politicamente e economicamente nas próximas semanas.

Link da fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes