O presidente Donald Trump declarou nesta terça-feira que planeja “eliminar oficialmente” a Federal Emergency Management Agency (FEMA) ao final da atual temporada de furacões e reduzir o financiamento federal para auxílios em desastres. A medida, segundo ele, visa transferir a responsabilidade para os governadores estaduais.
Propostas de Trump para a gestão de desastres naturais
Trump criticou a atuação da FEMA na gestão de desastres recentes, incluindo o furacão Helene, que causou aproximadamente 78,7 bilhões de dólares em danos em seis estados, conforme dados da NOAA. “A FEMA não tem sido uma experiência muito bem-sucedida. Muito cara e que não cumpre seu papel”, afirmou o presidente no seu pronunciamento no Paço Municipal.
De acordo com Trump, qualquer auxílio federal de desastre passará a ser canalizado diretamente pelo governo na Casa Branca, embora detalhes sobre quem ficará responsável ainda estejam sendo definidos. Ele reiterou que estados devem suportar a maior parte dos custos de recuperação, uma orientação estipulada por uma ordem executiva assinada em março deste ano.
Posição dos governadores e especialistas
Governadores de diferentes estados reagiram de formas distintas às propostas de Trump. Sara, por exemplo, de North Carolina, afirmou que o Estado deve ser “ajustado” para responder a emergências, enquanto Greg Abbott, de Texas, garantiu que o estado possui uma das operações de emergência mais fortes do país. “Eliminação da FEMA seria um desastre causado pelo próprio governo”, disse uma assessora do governador Abbott ao HuffPost.
Já o governador democrata de North Carolina, Josh Stein, opôs-se veementemente à dissolução da FEMA, defendendo a necessidade de aprimorar a agência. “Precisamos consertar a FEMA, não destruí-la”, afirmou.
Histórico de gastos e o papel da FEMA
Desde 2005, os fundos destinados à FEMA mais que triplicaram, atingindo uma média de 16,5 bilhões de dólares ao ano, impulsionados por eventos catastróficos cada vez mais severos, como os furacões Katrina, Rita e Wilma. A NOAA aponta que, nos últimos 20 anos, cinco das maiores tempestades do país causaram prejuízos superiores a 1 bilhão de dólares cada, com o furacão Helene sendo o sétimo mais caro, com danos estimados em 78,7 bilhões.
Segundo o Congresso, o Fundo de Auxílio em Desastres (DRF), que financia a FEMA, vem aumentando seus gastos, sobretudo em anos de eventos extremos. As despesas com furacões representam a maior fatia do orçamento, seguidos por desastres de inundação, incêndios, tornados e terremotos.
Perspectivas e desafios futuros
Especialistas alertam que a proposta de Trump coloca em risco a capacidade de resposta do país a emergências. Como sinal de resistência às mudanças, governadores de outros estados e da oposição democrata ressaltaram a importância de fortalecer, e não acabar, a FEMA, indicando possíveis debates e ações futuras para preservar o papel da agência.
A temporada de furacões, que vai de 1º de junho a 30 de novembro, continua sendo um período de atenção máxima. A NOAA prevê uma probabilidade de 60% de atividade acima da média nesta temporada, o que reforça a necessidade de uma estrutura eficiente de resposta às crises.