Brasil, 15 de junho de 2025
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Floribert Bwana Chui é beatificado em Roma como mártir da corrupção

Na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, jovem congolês é elevado às honras dos altares, simbolizando resistência à corrupção.

Na tarde de domingo, 15 de junho, ocorreu um momento marcante na história da Igreja e na luta contra a corrupção. Na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, o jovem congolês Floribert Bwana Chui foi beatificado, recebendo o título de mártir por sua resistência à corrupção na República Democrática do Congo. Floribert, que tinha apenas 26 anos quando foi torturado e assassinado em 2007, foi reconhecido por sua firme posição ética e moral, recusando-se a submeter-se a práticas corruptas que comprometeriam a vida de milhares de pessoas.

Floribert Bwana Chui: um defensor da integridade

A cerimônia de beatificação foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos. Durante a celebração, o postulador, padre Francesco Tedeschi, ressaltou que a vida de Floribert representa uma “lâmpada acesa” capaz de iluminar tempos sombrios e de mostrar a vereda para a resistência ao mal. A origem do seu martírio está conectada a uma decisão ética cruciante: como chefe do Escritório de Controle de Mercadorias da Alfândega, ele se recusou a permitir a passagem de cargas de alimentos adulterados. Floribert acreditava firmemente que a vida das pessoas não poderia ser sacrificada por dinheiro.

Contexto histórico e social

Floribert nasceu em Goma, na República Democrática do Congo, em 1981. Sua infância e juventude foram marcadas por intensas mudanças políticas e sociais, incluindo a queda do regime de Mobutu e os devastadores conflitos que balançaram a região, conhecidos como a “Primeira Guerra Mundial na África”. O impacto do genocídio em Ruanda em 1994 também reverberou profundamente na sociedade congolense, gerando um ambiente de tensão e divisão entre diferentes grupos étnicos. A Comunidade de Santo Egídio se tornaria um ponto de virada na vida de Floribert em 2001, proporcionando-lhe uma visão de reconciliação e paz em meio ao caos.

O legado de Floribert

Através de suas atividades na Comunidade de Santo Egídio, Floribert inspirou muitos jovens a buscar a paz e a unidade. Seu irmão, Trésor, comentou sobre a determinação de Floribert em evitar discursos extremistas e de promover o diálogo entre os grupos em conflito. Sua amiga Carine relembrou que ele sempre enfatizava a importância de resolver problemas sem violência. “Os problemas nunca se resolvem com violência, sempre há outro caminho”, dizia ele, incentivando a construção de relacionamentos baseados em amizade e respeito.

A obra da Comunidade de Santo Egídio

A Comunidade de Santo Egídio, que desempenhou um papel fundamental na vida de Floribert, também se destacou ao oferecer apoio a crianças de rua e a projetos de educação para os mais necessitados. A Escola da Paz, criada como uma resposta à condição crítica dessas crianças, é uma das muitas iniciativas que foram inspiradas pela visão de Floribert. Hoje, a Comunidade administra uma escola na região de Mugunga, nomeada em homenagem ao futuro beato, que acolhe mais de oitocentos alunos, oferecendo-lhes um novo começo e esperança para o futuro.

A mensagem de beatificação

O reconhecimento de Floribert como beato serve como um poderoso símbolo de resistência e dignidade em um mundo muitas vezes dominado pela corrupção e pela injustiça. O Papa Francisco, ao falar sobre a importância da honestidade, afirmou que “ser honesto é difundir a luz de Deus”. Esse legado de Floribert Bwana Chui ressoa fortemente entre os jovens, desafiando-os a se levantarem contra a corrupção e a se comprometerem com os valores de justiça e compaixão.

Hoje, sua Bíblia está preservada no santuário dos “Novos Mártires” na basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma, simbolizando a continuidade de sua missão e a importância de seus ensinamentos. Floribert Bwana Chui foi, e continua a ser, um exemplo que nos inspira a vencer o mal com o bem.

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