Na última semana, o Café Literário abriu suas portas para celebrar 25 anos como uma das principais atrações da Bienal do Livro. O tema da discussão foi “A paixão pelo futebol”, que não apenas refletiu o amor dos brasileiros pelo esporte, mas também a rivalidade entre os grandes clubes do Rio de Janeiro. Mediado por um conhecido apresentador, o evento contou com a participação de importantes figuras do meio, como Pedro Bial, Hélio de la Peña, João Carlos Éboli e o homenageado Ruy Castro, todos torcedores fervorosos de suas equipes.
A mesa-redonda e a diversidade de vozes
O formato da mesa lembrou a famosa “Resenha Facit”, que é a primeira mesa-redonda sobre futebol da TV brasileira. Cada participante trouxe sua perspectiva única, não apenas como comentaristas, mas como autores que refletem a riqueza da cultura futbolística. Ruy Castro, por exemplo, apresentou uma coletânea de crônicas curtas, que culminaram na publicação do livro “É o meu maior prazer”, um título extraído do hino do Flamengo. Sua habilidade de criar textos que vão direto ao ponto fez com que muitos se divertissem e refletissem sobre as relações entre as torcidas no contexto da Copa do Mundo de Clubes.
As rivalidades e expectativas para o mundial
Ruy, um flamenguista convicto, é cercado por um misto de orgulho e expectativa. Após responder de maneira descontraída sobre a sensação de ter conquistado a Libertadores, ficou clara a expectativa inflacionada dos torcedores rubro-negros para o Mundial de Clubes: “Qual delas?” Sua resposta provocativa faz ecoar a confiança dos flamenguistas, que se sentem “superiores” neste cenário. O Flamengo, sendo o primeiro clube carioca a ganhar a Libertadores e ainda detentor do título mundial, gera uma pressão grande sobre seus rivais, que tentam equilibrar as forças enquanto buscam seus próprios triunfos.
A visão dos botafoguenses e tricolores
Hélio de la Peña trouxe um olhar interessante para a mesa, já que é torcedor do Botafogo. Ele fez questão de ressaltar a glória histórica e recente da equipe, mencionando o “Tempo de Botafogo”, uma expressão popularizada pela torcida durante a boa fase do clube em 2024. A leveza de Hélio ao narrar sua experiência como torcedor e suas expectativas para jogos decisivos mostrou a transformação no espírito da torcida alvinegra. Ele fez uma brincadeira sobre a superstição que envolve a ideia de ter um jogador expulso como parte do processo de vitória.
Por outro lado, Pedro Bial, torcedor do Fluminense, compartilhou momentos emocionantes que viveu com sua família durante conquistas. Em seu relato, enfatizou o impacto positivo que o futebol teve em sua vida, sendo um fator de união familiar. A maneira como ele se referia ao passado e suas esperanças futuras mesmo com dificuldades financeiras revelam a resiliência dos tricolores em um contexto repleto de desafios.
Reflexões dos torcedores cruzmaltinos
Por fim, João Carlos Éboli, orgulhoso torcedor do Vasco, trouxe uma abordagem equilibrada, afirmando que não torcerá por ninguém na Copa do Mundo. Seu respeito pela rivalidade foi evidenciado em suas palavras, onde destacou a importância da paz entre as torcidas. Em um ambiente tão competitivo, suas reflexões sobre rivalidade e história cruzmaltina expressaram uma perspectiva que vai além do jogo, mostrando a necessidade de unidade e respeito entre os torcedores.
O Café Literário, com uma rica combinação de histórias e opiniões, não só destacou a paixão pelos clubes cariocas, mas também ofereceu um espaço para que torcedores refletissem sobre a importância do futebol em suas vidas. A esperança é que, apesar das rivalidades, o respeito e a amizade prevaleçam, tornando a experiência do futebol um momento de união e celebração da cultura brasileira.
À medida que a Copa do Mundo se aproxima, os torcedores ajustarão suas expectativas. A rivalidade e o amor pelo futebol continuam a ser um assunto central na vida carioca, e eventos como esses ajudam a celebrar não apenas o esporte, mas também a literatura que o envolve.