A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se pronunciou neste domingo (15/6) acerca da repercussão negativa gerada por uma publicação em que aconselhava o rapper Oruam, filho de um líder do Comando Vermelho (CV), a fazer “revolução com o pé no chão”. A declaração foi feita em resposta ao questionamento de Oruam sobre o que fazer após a morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, um jovem negro que foi assassinado durante uma ação da polícia no Morro Santo Amaro, RJ.
A declaração que gerou controvérsia
Durante um vídeo de retratação compartilhado nas redes sociais, a parlamentar reconheceu que seu comentário tornou-se trending topic e gerou desinformação e teorias de conspiração. “Essa semana, um comentário meu virou trending topic, manchete, desinformação e até teoria de conspiração”, afirmou ela, destacando que Oruam protestou ao lado da comunidade do Morro de Santo Amaro, onde o jovem foi baleado.
Diálogo com Oruam e suas implicações
De acordo com Erika, mesmo com as contradições de Oruam, o rapper mostrou interesse em se engajar politicamente ao se manifestar sobre a morte de Herus. “Eu, como uma deputada ciente dos movimentos que tentam criminalizar todos que vivem nas favelas, sugeri que Oruam fosse conhecer quem já faz um trabalho territorial em defesa das vidas negras e das periferias”, explicou. Hilton reconheceu que não utilizou as melhores palavras, mas reafirmou que sua intenção foi fomentar um diálogo.
“Mas também não vou fingir que uma figura como ele, mesmo com todas as suas contradições, não tem influência real na juventude. Se recusarmos o diálogo frente a toda contradição, estaremos eternamente imóveis, enquanto a extrema-direita ocupa todos os espaços com ódio, mentira e bala”, destacou a deputada.
Tentativa de abrir comunicação com a juventude
Hilton enfatizou que a interação com Oruam foi uma tentativa de se conectar com os jovens que o seguem, direcionando-os a grupos e movimentos que atuam em defesa das vidas negras e dos direitos humanos nas favelas do Rio de Janeiro. “Seguirei fazendo políticas com coragem e responsabilidade, e com os olhos voltados para o povo real, e não para os algoritmos do Twitter”, afirmou.
Contexto do acontecimento
A interação entre a deputada e o rapper foi motivada pelo desabafo de Oruam sobre a complexidade da situação após a morte de Herus. A deputada sugeriu que ele se conectasse com líderes comunitários e coletivos já estabelecidos, ressaltando a importância da organização popular para a transformação social. “Tudo isso é organização popular. É fazer revolução com o pé no chão”, disse Hilton.
Reação da comunidade e próximos passos
Após a repercussão de suas palavras, Erika Hilton se viu em meio a uma onda de críticas e discussões. Ela reconheceu a necessidade de abrir espaço para diferentes vozes, mesmo aquelas que possuem o respaldo de contextos controversos. A parlamentar se mostrou disposta a continuar o diálogo e buscar formas de colaboração com Oruam e outros jovens que sentem a pressão da violência e da desigualdade no Brasil.
Continuidade no engajamento social
Erika Hilton deixou claro que sua proposta não era legitimar Oruam como figura, mas sim explorar os caminhos que poderiam ser construídos juntos em busca de soluções para as questões enfrentadas pela juventude nas favelas. “Se quiser construir junto, tô por aqui. Estamos juntos”, concluiu.
Com o cenário social e político do Brasil em constante evolução, o episódio destaca a importância de diálogos abertos e a necessidade de engajamento em comunidades que enfrentam desafios históricos relacionados à violência e à exclusão.
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