Brasil, 16 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Australian deportado dos EUA diz que foi alvo por apoio a protestos

Alistair Kitchen afirmou que sua deportação foi motivada por seus escritos sobre os protestos a favor da Palestina.

O australiano Alistair Kitchen, detido ao chegar ao aeroporto de Los Angeles, foi deportado de volta para Melbourne após ter sua entrada negada por oficiais de imigração dos Estados Unidos. Segundo Kitchen, a justificativa dada pelas autoridades foi sua ligação a protestos pró-Palestina realizados por estudantes universitários.

A detenção no aeroporto de Los Angeles

Kitchen embarcou em um voo de Melbourne com destino a Nova York, mas seu esquema foi interrompido quando foi detido por 12 horas na cidade californiana. O australiano, de 33 anos, relatou ter passado por um intenso interrogatório onde as perguntas giraram em torno de suas opiniões sobre Israel e Palestina, incluindo questionamentos sobre o grupo Hamas.

Em suas próprias palavras, Kitchen sentiu que foi “claramente alvo por razões políticas”. Ele foi questionado sobre “o que Israel deveria ter feito de diferente” e sobre como resolveria o conflito, o que ele descreveu como “uma profunda exploração de suas visões sobre a guerra”.

Motivações da deportação

Após a detenção, Kitchen foi deportado para Melbourne, aterrissando no sábado pela manhã. Em uma entrevista, ele afirmou que os oficiais de imigração deixaram claro que a razão para sua detenção estava relacionada ao que ele escreveu sobre os protestos na Universidade de Columbia.

O autor também destacou que, durante seu tempo em Nova York, como estudante de mestrado, escreveu sobre os protestos em apoio a Gaza em seu blog pessoal. “Como estudante de escrita criativa, aproveitei a oportunidade para testemunhar os protestos e escrevê-los em profundidade”, revelou Kitchen.

Recentemente, Kitchen havia publicado em seu blog um artigo sobre a detenção de Mahmoud Khalil, um dos principais negociadores do Acampamento de Solidariedade de Gaza na Columbia, onde afirmou que Khalil foi preso com base em “motivos absolutamente espúrios por um estado neofascista”.

Consequências inesperadas

Kitchen se preparava para visitar amigos em Nova York por duas semanas quando decidiu apagar “posts políticos sensíveis” de seu blog, consciente do risco aumentado ao cruzar a fronteira dos EUA. No entanto, a mensagem que ele desejava transmitir é que essa “limpeza” digital nem sempre seria suficiente para evitar problemas com os oficiais de imigração.

Ele acredita que os EUA podem usar tecnologia para associar os posts em seu blog a seu pedido de autorização de viagem, conhecida como ESTA, que permite que visitantes elegíveis façam viagens curtas para o país sem um visto.

Logo após desembarcar em Los Angeles, Kitchen foi chamado pelo sistema de intercomunicação e levado para um ambiente separado para processamento secundário. “Claramente, eles tinham tecnologia em seu sistema que ligava aqueles posts ao meu ESTA, muito antes de eu apagá-los”, comentou.

Reflexões sobre a experiência

Kitchen compartilhou que, ao ser abordado, ofereceu sua senha de telefone aos oficiais, atitude que agora se arrepende. “Eu tinha a falsa esperança de que, uma vez que eles percebessem que eu era apenas um escritor australiano e não uma ameaça aos EUA, eles me deixariam entrar”, lamentou.

Após sua deportação, Kitchen expressou receio de retaliação do governo dos EUA e desejou compartilhar sua história para alerta a outros australianos que possam passar por experiências semelhantes. “Aconselho a aceitarem a deportação imediata, em vez de entregarem seus telefones aos oficiais de fronteira”, aconselhou.

Ele restabeleceu posts que antes tinha tirado do ar e afirmou que seus pertences pessoais, incluindo seu telefone e passaporte, foram retornados após a chegada ao seu país de origem. A companhia aérea Qantas confirmou que seus funcionários receberam um envelope lacrado da alfândega dos EUA, contendo os itens pessoais do passageiro, que foram restituídos assim que chegaram à Austrália.

Essa experiência de Kitchen levanta importantes questões sobre a vigilância das plataformas digitais e os riscos que escritores e ativistas podem enfrentar ao expressar suas opiniões, especialmente em contextos políticos delicados.

Se você já passou por uma situação semelhante ou tem uma história sobre viagens internacionais e questões de imigração, compartilhe sua experiência.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes