O Auckland City, conhecido como Navy Blues, fará sua estreia no Mundial de Clubes neste domingo, enfrentando o poderoso Bayern de Munique, estrelado por Harry Kane. A partida ocorrerá em Cincinnati, Ohio, e marca uma ocasião especial para o clube neozelandês, que se prepara para um confronto contra gigantes do futebol mundial.
A vivência de um sonho
O atacante Angus Kilkolly, de 29 anos, expressou sua empolgação com o desafio. “É provavelmente o grupo com o qual sonhávamos”, disse ele à AFP. “Poder jogar contra esses clubes é um sonho para nós. Estar no mesmo campo que eles ainda é um pouco louco.” Enquanto fala ao telefone a caminho de seu trabalho no setor de vendas, é evidente a mistura de emoções que permeia sua expectativa para o mundial.
Após enfrentar o Bayern, o Auckland City terá pela frente mais dois adversários de peso: o Benfica e o Boca Juniors. A participação do clube no Mundial de Clubes é um marco histórico, uma oportunidade que, segundo Kilkolly, é rara e valiosa. “Temos uma loja bacana, e todos tomam um drinque depois dos jogos”, completa o atacante, enfatizando a natureza familiar do clube, onde todos se conhecem e se apoiam.
Histórico e conquistas do Auckland City
O Auckland City não é um novato nas competições internacionais. O clube é um dos mais bem-sucedidos na Liga dos Campeões da Oceania, tendo vencido o torneio 13 vezes. Desde 2006, a equipe compete regularmente no Mundial de Clubes e, em 2014, chegou a conquistar o terceiro lugar. No entanto, a atual edição do torneio, que conta com a participação de 32 clubes, difere bastante das anteriores.
Sobre suas tradições, Kilkolly destaca que “é um clube familiar onde todos são bem-vindos”. As partidas são disputadas em um pitoresco estádio na Rua Kiwitea, em um bairro residencial, onde as multidões variam de 200 a 2.000 torcedores. “É uma comunidade unida pelo amor ao futebol”, diz ele, refletindo sobre a trajetória do clube e seu papel na vida dos jogadores e torcedores.
Desafios de um atleta amador
Embora o talento de Kilkolly seja reconhecido — seu valor de mercado está estimado em 250 mil euros (cerca de R$ 1,6 milhão) — ele não recebe um salário fixo do Auckland City. O atacante explica que sua fonte de renda é uma bolsa de aproximadamente 150 dólares neozelandeses (cerca de R$ 512) por semana, que cobre suas despesas, como a mensalidade da academia. Para realizar seu sonho de jogar no mundial, ele sacrifica não apenas tempo, mas também recursos financeiros, já que não tem férias remuneradas. “Não tenho quatro semanas de férias remuneradas por ano, então haverá dias sem remuneração, mas é uma oportunidade única”, admite.
No futuro jogo contra o Bayern, Kilkolly espera mais do que apenas uma boa performance individual ou coletiva. “Se pudermos sair de campo dizendo que fizemos o nosso jogo, que demos o nosso melhor, isso será positivo”, ressalta com sinceridade, evidenciando a grandeza do evento e o respeito que sente pelos adversários.
A troca de camisas com estrelas do futebol
Antecipa-se que o jogo contra o Bayern seja uma experiência incrível para Kilkolly e seus companheiros. Além do desafio em si, o atacante também deseja um momento simbólico ao final da partida: a chance de trocar a camisa com Harry Kane. “Acho que ele ganha mais em uma semana do que eu ganho em um ano”, brinca o jogador, refletindo sobre a disparidade de suas realidades, mas ainda assim mostrando admiração pelo atleta britânico.
Como cada jogador, Kilkolly carrega o peso de suas responsabilidades, mas também vive a gratificação de representar seu clube em um dos maiores palcos do futebol mundial. A estreia do Auckland City no Mundial de Clubes promete ser um espetáculo repleto de emoção, superação e o sonho de todos os envolvidos. O desafio não é apenas em campo, mas também um reflexo do esforço e dedicação contínuos de todos os jogadores, que apostam em suas habilidades frente a rivais de renome internacional.