Após vencer o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2025 por seu papel em Emilia Pérez, Zoe Saldaña causou reações mistas ao declarar que seu prêmio “é trans” e que “usa eles/deles” como pronomes. A frase gerou polemica na internet, enquanto muitos questionam sua postura diante da pauta trans e da representatividade no cinema.
Reação pública e críticas à falta de apoio à comunidade trans
Ao promover seu filme “Elio”, Zoe afirmou que seu Oscar “está na minha sala e é gender fluid”, acrescentando que é “trans”.
Entretanto, as declarações aconteceram meses após a estreia de Emilia Pérez, filme que retrata a história de uma líder de cartéis trans mexicana, interpretada por Karla Sofía Gascón, e que sofreu com controvérsia por sua representação da comunidade trans.
Segundo especialistas e organizações como a GLAAD, o filme reproduz estereótipos ultrapassados e menospreza a luta pelos direitos dos trans, além de ignorar o momento político atual, marcado por uma ofensiva contra o reconhecimento da identidade de gênero.
Ausência de posicionamento na cerimônia do Oscar
Pessoas criticaram Zoe por não ter mencionado a luta pelos direitos trans durante seu discurso de entrega do prêmio, mesmo sendo a temática do filme e uma questão urgente na sociedade. Assim, muitos apontam que a declaração de que o Oscar “é trans” soa como uma tentativa de desviar o foco das críticas.
“Ela teve várias oportunidades na campanha de divulgação para apoiar a causa trans e mantém silêncio até agora”, afirmou a ativista Lina Torres, do movimento LGBTQ+. “Falta coragem de figuras públicas reconhecidas para falar algo de verdade neste momento tão delicado”, completou.
Repercussões na internet e debates atuais
A declaração de Zoe gerou uma avalanche de comentários nas redes sociais. Um usuário no Twitter escreveu: “Ela omitiu qualquer menção ao direitos trans na sua fala de agradecimento, ainda assim, tem toda a oportunidade de apoiar e preferiu não falar nada. Muito estranho”, apontou. Outros riram ao criticar a superficialidade da declaração, chamando-a de “publicidade vazia” e “pretensão”.
Especialistas alertam que figuras públicas devem usar sua plataforma para promover conscientização, especialmente em um momento crucial de ataques e discriminação contra a comunidade trans. Segundo dados da GLAAD, o filme Emilia Pérez foi duramente criticado por reforçar estereótipos prejudiciais.
Perspectivas para o futuro
Ambiente político e cultural permanecem tensos para a comunidade trans, que exige mais representatividade e ações concretas de apoio. A fala de Zoe, embora destaque sua identidade de gênero, é vista por muitos como uma oportunidade perdida de liderar debates importantes.
Por ora, a discussão continua: enquanto atores e artistas têm poder de influenciar, a esperança é que suas palavras sejam mais alinhadas com ações de combate à transfobia e de apoio à diversidade.