No campus da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) em Parnaíba nasceu uma iniciativa que une inovação, empreendedorismo e impacto local: a startup Hoteleiro, desenvolvida por alunos do curso de Computação e aprovada na segunda edição do programa Startup Nordeste.
Uma solução para a gestão hoteleira
A proposta surgiu da observação de um problema comum na cidade turística: a gestão de hotéis e pousadas, muitas vezes, ainda feita de forma manual ou com ferramentas pouco intuitivas. “O Hoteleiro nasceu para facilitar o dia a dia dos gestores desses empreendimentos com uma plataforma moderna e eficiente”, explica Heron Nepomuceno, um dos desenvolvedores e sócios da startup, ao lado de Katriel Monteiro e Dymas Cunha. A equipe também conta com o estagiário Breno Vasconcelos e com a orientação do professor Rodrigo Baluz.
Um projeto com raízes acadêmicas
Mais do que uma iniciativa isolada, o Hoteleiro é fruto de um ambiente fértil de inovação criado dentro da Uespi. O professor Rodrigo Baluz destaca que o curso de Computação tem incentivado fortemente a cultura empreendedora entre os estudantes. “Nós temos procurado conectar o nosso estudante a esta cultura empreendedora. Ele pode ir além do concurso público ou do emprego tradicional. Ele pode transformar as suas pesquisas em inovação que vire um CNPJ, uma empresa”, afirma.
Essa visão é fortalecida por práticas acadêmicas concretas. O projeto teve início durante a disciplina de Modelagem e Projeto de Sistemas, na qual foram criados os primeiros diagramas da solução. “A vivência na empresa júnior CATI também foi essencial. Lá tivemos contato com metodologias, mercado e networking que hoje fazem diferença na startup”, conta Heron.
Caminho até o Startup Nordeste
O Hoteleiro foi aprovado no edital Startup Nordeste Piauí II, promovido pelo Sebrae Nacional, Sebrae-PI e Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapepi). A jornada passou por várias etapas: da pré-aceleração à aceleração com fomento direto, incluindo mentorias, validações de mercado e apoio financeiro.
O edital aprovou 100 startups, cada uma recebendo R$ 6.500,00 por mês durante 6 meses. Para os estudantes, foi uma oportunidade de experimentar o ambiente empreendedor de forma real. “Obtivemos mentoria, avaliamos nosso projeto e tivemos acesso a recursos que viabilizaram o sistema”, comenta Heron. A expectativa agora é expandir o alcance da plataforma, aumentar o número de clientes e buscar novos parceiros e talentos – muitos deles ainda dentro da universidade.
Universidade como celeiro de inovação
A trajetória do Hoteleiro exemplifica como a universidade pode ser o ponto de partida para grandes ideias. “Não existe ambiente mais propício para a constituição de startups do que a academia. É onde estão os estudantes, os pesquisadores e toda a massa intelectual”, argumenta o professor Rodrigo Baluz.
Ele também chama atenção para os desafios. “O maior deles é virar a chave da mentalidade do aluno, que vem de um modelo educacional tradicional e precisa entender que também pode ser protagonista, gestor, fundador. Isso é um processo que estamos começando a plantar”, conclui.
A história do Hoteleiro é um testemunho do potencial inovador que as universidades podem cultivar, mostrando que o futuro do empreendedorismo no Brasil pode muito bem começar dentro de uma sala de aula.